terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Randolph e a Mestra Blavastky

blavatsky

O grande publicista teosofo Mario Roso de Luna prestou relevante serviço, reunindo num interessante livro, vários traços biográficos da Sra. Blavastky, trabalho em que, a par de dados curiosos, narra os sucessos mais notáveis da vida exemplar e torturada da Mestra.


Desconhecendo os seus últimos escritos, não sei se ofereço, como novo, um fato já relatado, embora, nenhuma inconveniência decorra desta repetição.


Colhi-o em notas tomadas por Franz Hartmann, que conviveu com a Mestra e partilhou de vários acontecimentos de sua vida, notas autenticas e devidas ao conhecimento intimo e amizade que me uniu ao eminente autor de MAGIA BRANCA E NEGRA.


Eis o fato:
Em meados do século passado, XIX, viveu nos Estados Unidos, um homem extraordinário , ocultista de estranhas capacidades, a quem atribuíam conhecimentos invulgares de maravilhosa e desconhecida ciência. Entre os seus ascendentes contavam-se armênios, indianos, egípcios, africanos e germanos. Esta mistura impossível e indefinida davam ao herói da nossa narrativa uma fisionomia surpreendente. Randolph, como se assinava , era uma espécie de Cagliostro que instalara seu consultório, na cidade de Boston, onde exercia a profissão de clarividente e conquistou notoriedade extraordinária, em virtude do acerto dos seus prognósticos. Tornou-se tão famoso que o seu nome chegou aos ouvidos de Napoleão III, que o chamou á Paris,
garantindo-lhe valiosa contribuição. Na capital francesa, guiou, de fato, Napoleão, em suas deliberações de Estado, e féz-se discípulo de Eliphas Levi, o Mestre de Papus e, espiritualmente, meu antecessor.


Antes disto, visitou, em Nova York, a Sra. Blavastky, com quem travou relações, que foram, mais tarde, a base da estreita amizade que os ligou. Contudo, as pessoas, intimamente ligadas com a mestra, ignoravam, porque esta não o queria receber em casa, preferindo encontra-lo no meio da rua. Ninguém sabe o que descobrira na alma de Randolph. O certo é que acabou se afastando dele, procurando mesmo evitar o mago, a quem, como se dizia, dispensara uma amável fraternidade.


Na Índia, já havia sucedido a Sra. Blavatsky um fato bem curioso. No momento de tomar, certa tarde, levantou-se precipitadamente, gritando: Que quer esse negro malvado?!


Contam, também, que, nos Estados Unidos, a Mestra, evitando a curiosidade de seus íntimos, realizava entrevistas com o mago... Assim que chegava, á residência, encerrava-se, em seu quarto e tomava notas. Que escreveria a Mestra?


Hartmann refere que as faculdades de Randolph eram, efetivamente, extraordinárias e sua clarividência superior a da Sra. Blavastky e de todos os iniciados da época, considerando-o um fenômeno dentro da Magia.


Conhecia todos os segredos iniciáticos dos Rosa-Cruz, mas nunca fora iniciado. Quando he perguntava onde bebera tão prodigiosos conhecimentos encolhia os ombros e dava uma formidável gargalhada...


Dizem que bastava se concentrar por alguns momentos para falar qualquer idioma, por mais desconhecido. A Sra.Blavastky, quando pretendia resolver qualquer problema mais intricado, a despeito da sua repugnância, recorria a Randolph...


Um senhor, que assistia certa noite, uma representação teatral, em New York, em companhia do mago, perguntou-lhe: É verdade que você pode chamar, mentalmente, qualquer pessoa, sem que ela possa desobedece-lo? Experimente, disse Randolph, e mandou que, ad libitum, escolhesse alguém na platéia. O amigo percorreu com a vista a multidão que enchia o teatro e disse: Aquela loura que esta sentada ao lado da pilastra.


Sim, respondeu Randolph; espere um instante...
O mago fechou os olhos, durante alguns segundos, enquanto o companheiro observava a pessoa indicada.


A pobre moça, como se tivesse recebido um estranho choque, estremece, levanta-se e dirige para o lugar em que estava Randolph.
Por Deus, brada o amigo. Tire-lhe o encanto e deixe-a livre! Você tem um poder fora do comum e é um perigo!


Em resposta a estas insinuações Randolph limitava-se a encolher os ombros e dar a sua habitual gargalhada...


Todos os amigos da Sra. Blavastky consideravam Randolph um verdadeiro enigma. Ela mesma evitava aludir á sua esposa... O caso, porem , do chá , a que já me referi em Adyar teve sua repercussão nos meios teosóficos.


Fazia um intenso calor e a conversa girava sobre assuntos triviais. Um pouco de preguiça e lassidão pairava no ambiente e tudo acussava essa calma característica das horas estivais. De repente a Sra. Blavastky tornou-s e pálida. ”MALDITO NEGRO, exclama com todas as forças dos seus pulmões.”QUER MATAR-ME COM UM REVOLVER!”“


Segue-se um instante de silencio e de inquietação por parte de todos os presentes... A Mestra dá um profundo suspiro e articula: “Já levou o diabo!” ....


“Todos os assistentes, então, pressurosos, indagam do que se passara e a Mestra explica:” Imaginem que esse maldito negro do Randolph quis matar-me a distancia, pretendendo desmaterializar a bala e materializa-la ao penetrar no meu corpo. Como não logrou o seu intento, voltou a arma contra si e suicidou-se. Perdeu a razão... “É o que sucede, geralmente, aos que se apartam do verdadeiro caminho.”


Mais tarde, soube-se, pela própria viúva, que o fato ocorrido com a mestra, em Adyar, correspondia, exatamente, a experiência posta em pratica, nesse momento, pelo ocultista, então, na América. Ele, com efeito, dispara o seu revolver, visando um alvo imaginário, mas a bala, em vez de seguir a trajetória natural, voltou e o atingiu, matando-o.


Se com estas anotações contribui para enriquecer os traços biográficos da Sra. Blavastky, sentir-me-ei satisfeito. […]


R.+ HUIRACOCHA


REVISTA GNOSE


ANNO II – RIO DE JANEIRO, 27 DE MAIO DE 1937 –N°10.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

PSICOLOGIA DA EVOLUÇÃO POSSÍVEL AO HOMEM

 

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O  trecho abaixo é do livro  PSICOLOGIA DA EVOLUÇÃO POSSÍVEL AO HOMEM, do psicólogo e filósofo russo P. D. Ouspensky.

 


“O que é a consciência? Na linguagem comum, a palavra “consciência” é quase sempre empregada como equivalente da palavra “inteligência”, no sentido de atividade mental.

 


Na realidade, a consciência no homem é uma espécie muito particular de “tomada de conhecimento de si mesmo”, conhecimento de  quem ele é, de onde está e, a seguir, conhecimento do que sabe, do que não sabe, e assim por diante.

 


Só a própria pessoa é capaz de saber se está consciente ou não em dado momento. Certa corrente de pensamento dá psico­logia européia provou, aliás, há muito tempo, que só o próprio homem pode conhecer certas coisas sobre si mesmo. Só o próprio homem, pois, é capaz de saber se a sua consciência existe ou não, em dado momento. Assim, a presença ou a ausência de consciência no homem não pode ser provada pela observacão de seus atos exteriores. Como acabo de dizer, esse fato foi estabelecido há muito, mas nunca se compreendeu real­mente sua importância, porque essa idéia sempre esteve ligada a uma compreensão da consciência como atividade ou processo mental.

 


O homem pode dar-se conta, por um instante, de que, antes desse mesmo instante, não estava consciente; depois, esquecerá essa experiência e, ainda que a recorde, isso não será a consciência. Será apenas a lembrança de uma forte experiência.

 


Quero, agora, chamar-lhes a atenção para outro fato per­dido de vista por todas as escolas modernas de psicologia.

 


É o fato de que a consciência no homem jamais é permanente, seja qual for o modo como é encarada. Ela está presente ou está ausente. Os momentos de consciência mais elevados criam a memória. Os outros momentos, o homem simplesmente os esquece. É justamente isso que lhe dá, mais que qualquer outra coisa, a ilusão de consciência contínua ou de “percepção de si” contínua.

 


Algumas modernas escolas de psicologia negam inteira­mente a consciência, negam até a utilidade de tal termo; isso, porém, não passa de paroxismo de incompreensão. Outras escolas, se é possível chamá-las assim, falam de “estados de consciência”, quando se referem a pensamentos, senti­mentos, impulsos motores e sensações. Tudo isso tem como base o erro fundamental de se confundir consciência com funções psíquicas.

 


Na realidade, o pensamento moderno, na maioria dos casos, continua a crer que a consciência não possui graus. A aceitação geral, ainda que tácita, dessa idéia, embora em contradição com numerosas descobertas recentes, tornou impossível muitas observações sobre as variações da consciência. O fato é que a consciência tem graus bem visíveis e observáveis, em todo caso visíveis e observáveis por cada um em si mesmo.

 


Primeiro, há o critério da duração: quanto tempo se permanece ­consciente?

 


Segundo, o da freqüência: quantas vezes se tornou consciente?
Terceiro, o da amplitude e da penetração: do que se estava consciente? Pois isso pode variar muito com o crescimento inte­rior do homem.

 


Se considerarmos apenas os dois primeiros desses três pon­tos, poderemos compreender a idéia de uma evolução possível da consciência. Essa idéia está ligada a um fato essencial, perfeitamente conhecido pelas antigas escolas psicológicas, tais como a dos autores da Philokalia, porém completamente ignorado pela filosofia e pela psicologia européias dos dois ou três últimos séculos.
É fato que por meio de esforços especiais e de um estudo especial a pessoa pode tornar a consciência contínua e controlável.

 


Tentarei explicar como a consciência pode ser estudada. Tome um relógio e olhe o ponteiro grande, tentando manter a percepção de si mesmo e concentrar-se no pensamento “eu sou Pedro Ouspensky”, por exemplo, “eu estou aqui neste momen­to”. Tente pensar apenas nisso, siga simplesmente o movimento do ponteiro grande, permanecendo consciente de si mesmo, de seu nome, de sua existência e do lugar em que você está. Afaste qualquer outro pensamento.

 


Se for perseverante, poderá fazer isso durante dois minutos. Tal é o limite da sua consciência. E se tentar repetir a experiên­cia logo a seguir, irá achá-la mais difícil que da primeira vez.

 


Essa experiência mostra que um homem em seu estado normal pode, mediante grande esforço, ser consciente de uma coisa (ele mesmo) no máximo durante dois minutos. A dedução mais importante que se pode tirar dessa expe­riência, se realizada corretamente, é que o homem não é consciente de si mesmo. Sua ilusão de ser consciente de si mesmo é criada pela memória e pelos processos do pensamento.
Por exemplo, um homem vai ao teatro. Se tem esse hábito, não tem consciência especial de estar ali enquanto ali está. E, não obstante, pode ver e observar; o espetáculo pode interessá-lo ou aborrecer-lhe; pode lembrar-se do espetáculo, lembrar-se das pessoas com quem se encontrou, e assim por diante. De volta à casa, lembra-se de haver estado no teatro e, naturalmente, pensa ter estado consciente enquanto lá se encontrava. De forma que não tem dúvida alguma quanto à sua cons­ciência e não se dá conta que sua consciência pode estar totalmente   ausente mesmo quando ele ainda age de modo razoável, pensa observa.

 


De maneira geral, o homem pode conhecer quatro estados de  consciência, que são: o sono, o estado de vigília, a consciência de si e a consciência objetiva.

 


Mesmo tendo a possibilidade de conhecer esses quatro esta­dos de consciência, o homem só vive, de fato, em dois desses estados: uma parte da sua vida transcorre no sono e a outra, só que se chama de “estado de vigília”, embora, na realidade, esse último difira muito pouco do sono.

 


Na vida comum o homem nada sabe da “consciência objetiva” e não pode ter nenhuma experiência dessa ordem. O homem se atribui o terceiro estado de consciência, ou “consciência de si e crê possuí-lo, embora na realidade, só seja consciente de si mesmo por lampejos, aliás muito raros; e, mesmo nesses momentos, é pouco provável que reconheça esse estado, dado que ignora o que implicaria o fato de realmente possuí-lo.

 


Esses vislumbres de consciência ocorrem em momentos excepcionais, em momentos de perigo, em estados de intensa emoção, em circunstâncias e situações novas e inesperadas, ou também, às vezes, em momentos  bem simples onde nada de particular ocorre. Em seu estado ordinário ou “normal”, porém, o homem não tem qualquer controle sobre tais momentos de consciência.

 


Quanto à nossa memória ordinária ou aos nossos momentos de memória, na realidade, nós só nos recordamos de nossos momentos de consciência, embora não saibamos que isso é assim.

 


O que significa a memória no sentido técnico da palavra ?  Notarão que não se recordam das coisas  sempre da mesma maneira. Algumas coisas são recordadas de forma muito viva, outras permanecem vagas e existem aquelas de que não se recordam em absoluto. Sabem apenas que aconteceram.

 


Ficarão muito surpresos quando constatarem como se re­cordam de pouca coisa, E é assim, porque só se recordam dos momentos em que estiveram conscientes.

 


Assim, para voltar a esse terceiro estado de consciência, podemos dizer que o homem tem momentos fortuitos de consciência de si, que deixam viva lembrança das circunstâncias que eles ocorreram. O homem, entretanto, não tem nenhum poder sobre tais momentos. Aparecem e desaparecem por si mesmos, sob a ação de condições exteriores, de associações aci­dentais ou de lembranças de emoções.
Surge esta pergunta: é possível adquirir á domínio desses momentos fugazes de consciência, evocá-los mais freqüentemente, mantê-los por mais tempo ou, até, torná-los permanentes?

 


Em outros termos, é possível tornar-se consciente? Esse é o ponto essencial e é preciso compreender, desde o inicio do nosso estudo, que esse ponto escapou completamente, até em teoria, a todas as escolas modernas de psicologia, sem exceção.

 


De fato, por meio de métodos adequados e esforços apro­priados, o homem pode adquirir o controle da consciência, pode tornar-se consciente de si mesmo, com tudo o que isso implica. Entretanto, o que isso implica não podemos sequer imaginá-lo em nosso estado atual. Só depois de bem compreendido esse ponto, é possível empreender um estudo sério da psicologia.”

domingo, 2 de janeiro de 2011

Melusina

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

 

O segredo de Melusina revelado, do Le Roman de Mélusine. Uma das 16 pinturas de Guillebert de Mets, cerca de 1410. O original está na Bibliothèque nationale de France.

Melusina é uma personagem da lenda e folclore europeus, um espírito feminino das águas doces em rios e fontes sagradas.

Ela é geralmente representada como uma mulher que é uma serpente ou peixe (ao estilo das sereias), da cintura para baixo. Algumas vezes, é também representada com asas, duas caudas ou ambos, e, por vezes, mencionada como sendo uma nixie.

Índice

[esconder]

[editar] Heráldica

Melusina é às vezes utilizada como figura heráldica, tipicamente em brasões de armas no Sacro Império Romano-Germânico e na Escandinávia, onde apóia cada cauda escamosa em um dos braços. Ela pode aparecer coroada. O brasão de armas de Varsóvia apresenta uma sereia (denominada syrenka em polonês) muito semelhante a uma representação de Melusina, brandindo uma espada e escudo. Ela é o espírito das águas do Vístula, que identificou para Boreslaus de Masovia, o sítio apropriado para uma cidade em fins do século XIII.

[editar] Versões literárias

Raymond observa sua mulher, Melusina, no banho, e descobre que ela possui a parte inferior do corpo de serpente. Ilustração da obra de Jean d'Arras, Le livre de Mélusine (O Livro de Melusina), 1478.

A mais famosa versão literária dos contos de Melusina, aquela de Jean d'Arras, compilada em cerca de 13821394 foi elaborada numa coletânea de "histórias inventadas" pelas damas enquanto teciam.

O conto foi traduzido para o alemão em 1456 por Thüring von Ringoltingen, a versão que tornou-se popular como conto de fada. Foi posteriormente traduzido em inglês (cerca de 1500), e freqüentemente reimpresso tanto no século XV quanto no século XVI. Há também uma versão em prosa chamada a Chronique de la princesse ('Crônica da princesa').

Ela conta como Elynas, o Rei de Albany (um eufemismo poético para a Escócia) saiu para caçar certo dia e deparou-se com uma bela dama na floresta. Ela era Presina, mãe de Melusina. Ele persuadiu-a a casar-se com ele, e ela só concordou sob a condição — pois freqüentemente há uma condição dura e fatal vinculada a qualquer união entre fada e mortal — de que ele não deveria entrar na alcova quando ela desse à luz ou banhasse suas crianças. Ela deu à luz trigêmeas. Quando ele violou este tabu, Presina deixou o reino com suas três filhas, e viajou para a ilha perdida de Avalon.

As três garotas — Melusina, Melior e Palatina (ou Palestina)— cresceram em Avalon. Em seu décimo-quinto aniversário, Melusina, a mais velha, perguntou por que elas haviam sido levadas para Avalon. Ao ouvir sobre a promessa quebrada pelo pai, Melusina jurou vingança. Ela e suas irmãs capturam Elynas e o trancafiam, com suas riquezas, numa montanha. Presina se enraivece quando toma conhecimento do que as garotas haviam feito e as pune por ter desrespeitado o pai. Melusina foi condenada a tomar a forma de uma serpente da cintura para baixo, todo sábado.

Raymond de Poitou encontrou Melusina numa floresta da França, e lhe propôs casamento. Da mesma forma que sua mãe havia feito, ela estabeleceu uma condição, a de que ele nunca deveria entrar no quarto dela aos sábados. Ele quebrou a promessa e a viu sob a forma de uma meia-mulher, meia-serpente. Ela o perdoou. Somente quando, durante uma discussão, ele a chamou de "serpente" em plena corte, é que ela assumiu a forma de um dragão, deu-lhe dois anéis mágicos e se foi para nunca mais voltar.

No "The Wandering Unicorn" de Manuel Mujica Láinez, Melusina conta sua história de vários séculos de existência, da maldição original até a época das Cruzadas..[1]

[editar] Lendas

 

Melusina por Ludwig Michael von Schwanthaler (1845).

As lendas de Melusina estão especialmente ligadas às áreas setentrionais, mais célticas, da Gália e dos Países Baixos. Sir Walter Scott narrou uma história de Melusina em Minstrelsy of the Scottish Border (18021803), confiante que

"o leitor encontrará as fadas da Normandia ou Bretanha, adornadas com todo o esplendor da descrição oriental. Também a fada Melusina, que casou-se com Guy de Lusignan, Conde de Poitou, sob a condição de que ele nunca tentasse invadir sua privacidade, pertence a essa última categoria. Ela deu ao conde muitos filhos, e construiu para ele um magnífico castelo através de artes mágicas. Sua harmonia não foi interrompida até que o marido xereta quebrasse as condições da união, ocultando-se para espionar a mulher tomando seu banho encantado. Mal Melusina descobriu o intruso indiscreto, transformou-se num dragão e partiu com um grito de lamentação, e nunca foi mais foi vista por olhos mortais; ainda que, mesmo nos dias de Brantôme, ainda se supunha que ela protegia seus descendentes, e teria sido ouvida lamentando-se nas correntes de ar à roda das torres do castelo de Lusignan, na noite antes que este fosse demolido."

Quando o conde Siegfried das Ardenas comprou os direitos feudais sobre Luxemburgo em 1963, seu nome estava ligado a versão local de Melusina. Em 1997, Luxemburgo emitiu um selo postal comemorativo desta Melusina, que possuía basicamente os mesmos dons mágicos que a ancestral dos Lusignan. A Melusina de Luxemburgo fez surgir o castelo de Bock por mágica na manhã após o casamento dela. Pelos termos do matrimônio, ela exigiu um dia de absoluta privacidade a cada semana. Infelizmente, Sigefroid, como os luxemburgueses o chamam, "não conseguiu resistir à tentação e num dos dias proibidos ele a espiou no banho e descobriu que ela era uma sereia. Quando ele soltou um grito de surpresa, Melusina percebeu-o e a banheira imediatamente afundou-se na rocha sólida, carregando-a com ela. Melusina surge brevemente na superfície a cada sete anos como uma bela mulher ou serpente, carregando uma pequena chave de ouro na boca. Quem quer que tire a chave dela a libertará e poderá tomá-la como sua noiva. "

Martinho Lutero conhecia e acreditava na história de outra versão da Melusina, die Melusina zu Lucelberg (Lucelberg na Silésia), a quem ele se refere várias vezes como um súcubo (Obras, edição Erlangen, volume 60, pp. 37-42). Johann Wolfgang von Goethe escreveu o conto Die Neue Melusine em 1807 e publicou-o como parte do Wilhelm Meisters Wanderjahre. O dramaturgo Franz Grillparzer encenou o conto de Goethe e Felix Mendelssohn criou uma abertura de concerto denominada "A Fada Melusina", seu Opus 32.

Melusina é um dos espíritos das águas pré-cristãos que às vezes são responsabilizados pela troca de crianças. A "Dama do Lago" que sumiu com o bebê Lancelot e o criou, era desta espécie perigosa de ninfa das águas.

[editar] Usos notáveis

  • Uma versão estilizada de uma sereia, a qual é similar a algumas das lendas de Melusina, funciona como a mascote que aparece no logotipo da rede de cafeterias Starbucks.
  • Na ficção, a lenda de Melusina é parte de "Possession: A Romance", de A.S. Byatt. Uma de seus principais personagens, Christabel LaMotte, escreve um poema épico sobre Melusina.
  • "Melusina" não parece ter sido um nome feminino muito popular na Europa, mas Ehrengard Melusine von der Schulenburg, Duquesa de Kendal e Munster, amante de Jorge I da Grã-Bretanha, foi batizada como Melusine em 1667.
  • O título do primeiro romance de Jakob Wassermann é Melusine. Curiosamente, seu sobrenome (Wassermann) significa "homem da água" em alemão.
  • "The Fairy Melusina" é um poema épico escrito pela poetisa fictícia Christabel Lamotte no romance popular "Possession" de A.S. Byatt.

Referências

  1. Láinez, Manuel Mujica (1983) The Wandering Unicorn Chatto & Windus, London, ISBN 0701126868 ;
  • Donald Maddox and Sara Sturm-Maddox, Melusine of Lusignan: foundling fiction in late medieval France. Um volume de ensaios que examina a monumental prosa francesa Roman de Melusine (1393), escrito por Jean d'Arras para Jean, Duque de Berry.
  • Otto j. Eckert, "Luther and the Reformation," conferência, 1955. e-text
  • Proust, Marcel. (C. K. Scott Moncrieff, trad.) Within A Budding Grove. (Página 190)

As dez interpretações erradas da Bíblia

 

De Luis Hipolito

abril 7, 2009

1º) A Fruta de Adão e Eva

Contrariando a opinião popular, Adão e Eva não comeram uma maçã no livro de Gênesis. Na realidade a fruta não é nomeada – ela é referida somente como a fruta da “árvore do conhecimento, do bem e do mal”. A razão para este equívoco, veio provavelmente devido ao fato que no inglês médio, a palavra “maçã” (Apple) era usada para se referir a todas as frutas. Com o passar dos séculos, esta palavra acabou ficando conhecida como a maça em específico.

 

2º) A Serpente Diabólica

A serpente que convenceu Eva a pegar a fruta da árvore do conhecimento do bem e do mal não faz referência ao Demônio em Gênesis. Ela é apenas conhecida como a serpente que era “mais astuta do que qualquer outro animal na terra”. Por curiosidade, o termo “Lúcifer”, usado em referência ao Demônio, vem da tradução latina do antigo testamento em Isaías 14:12 – na Bíblia, em nenhum momento Satanás está referido diretamente por Lúcifer, ou seja, Lúcifer é um nome inventado por humanos e colocado na Bíblia.

 

3º) A Arca de Noé

Nós todos sabemos que os “animais entraram de dois em dois”… certo? Errado! Na verdade, todos os animais limpos foram em grupos de sete, e os não-limpos em duplas. De acordo com a lei dietética Judaica, há muito mais animais limpos do que não-limpos, então a maioria das criaturas que entraram na arca foram em grupos de 7.

4º) Os Dez Mandamentos

Considerando a importância dos dez mandamentos para tantas pessoas, você deve pensar que eles têm uma idéia clara de como eles são definidos, mas a maioria das pessoas não tem. Na verdade, a Bíblia não lista um grupo consistente de 10 mandamentos. Em Êxodo, a lista inclui 14 ou 15 “recomendações”. Embora a Bíblia se refira ao grupo de “10″ regras, ela não os menciona nas mesmas seções como a lista dos dez mandamentos. Diferentes seitas cristãs têm dividido a lista dos mandamentos de maneira diferente. A Igreja Católica combina as 3 recomendações em um único mandamento, e os Protestantes combinam o segundo final em uma recomendação.

5º) A Concepção Imaculada

A Concepção Imaculada não faz referência a Jesus ter nascido sem pecado, mas sim a sua mãe, Maria. A maioria dos cristãos acreditam que todos os povos são concebidos com o pecado original (o pecado herdado de Adão e Eva), mas Jesus não. Então, a Concepção Imaculada é a Concepção de Maria, a mãe de Jesus sem nenhum pecado original e não a de Jesus como alguns pensam.

6º) Os Três Reis Magos

Sem dúvida, a maioria de nós já ouvimos a canção natalina “Os Três Reis do Oriente”; mas na verdade, os três “reis” nunca foram referidos como Reis pela Bíblia. Adicionalmente, nada indica que eles eram três. A única referência ao número “3″ é o número de presentes que eles carregavam.

7º) A profissão de Maria Madalena

Em nenhuma parte da Bíblia é dito que Maria Madalena era uma prostituta. Na verdade, ela quase não é mencionada. Com exceção de sua presença na ressurreição, a única outra coisa que a bíblia diz sobre ela, é que ela foi possuída por sete demônios.

8º) O Filho Pródigo

Contrariando o que as pessoas acreditam, “Pródigo” significa: “que ou aquele que despende excessivamente”.

9º) O Imperador Constantino e a Bíblia

O Imperador Constantino não definiu o cânone do Novo Testamento no primeiro Concílio de Nicéa em 325 d.C. – na verdade, o Concílio nem ao menos mencionou a constituição da Bíblia. Isto já havia sido definido por volta do século 2 , e sua forma ainda é encontrada nas Bíblias Católicas. Um outro fato pouco conhecido é que o imperador Constantino não tinha poder de voto no Concílio – ele estava lá apenas como um observador.

10º) Texto Mudado

Alguns acreditam que através dos séculos, os textos da Bíblia foram alterados para se adaptarem às ideologias dos editores. Na verdade, há apenas um número muito pequeno de alterações textuais que os linguistas e críticos modernos consideram mudanças intencionais, mas a maioria são simples erros de ortografia ou reprodução.

BLOG DARK NIGHT

RETIRADO DE: http://blogdejesus.wordpress.com/2009/04/07/as-dez-interpretacoes-erradas-da-biblia/

A BARGANHA

fauto e o diabo,1850

Sua forma bela aos olhos, com um perfume de maravilhoso aroma, um sabor insaciável. Tudo que é perfeito aos sentidos. As proporções, as medidas, as curvas, como resistir a tal barganha? O Diabo sempre quer nos comprar com maçãs podres.

bruxa1 A criatura mais vil e ardilosa se veste com os trajes da santidade, da bondade. Tudo é belo, dentro de sua hipocrisia, falsa e astuta. O pai sempre acha seu filho o melhor de todos. Um santo virtuoso, sempre buscando esconder a verdade por trás de belas roupagens, atrás de qualquer crença que o console. A verdade é que somos pais de um aborto, do próprio diabo, do qual vestimos com as melhores, a mais elevada das vestimentas, a religião. Sem o diabo, sem o Satã, a religião não existiria. Se Deus eliminasse o Diabo, se o destruísse não existiria religião, não existiria redenção. Não haveria o porquê da queda, do sacrifício para purificação dos pecados. Não existiria bem nem mal. Então o que haveria?

perrault31 Ao barganhar com o Diabo em troca de riqueza, deve-se fazer um sacrifício, deve se dar uma criatura pura pelos desejos mais obscuros. O Sol, o Cristo todos os dias realiza o supremo sacrifício voluntariamente. Ele imortal é imolado no ocidente afim de que a criação permaneça com vida, então as sombras assumem o poder, rastejam trazendo sua legião de criaturas amaldiçoadas, criaturas que inconscientemente tememos. Os mais corajosos se lançam a batalha contra as trevas contra os monstros e quando menos percebem já se acostumaram tanto com as sombras e as trevas, que amaldiçoam a luz, pois essa o cega, tornou se mais obscura que a própria noite de lua nova. Converteu-se também num monstro, num Demônio, apesar de suas mais elevadas intenções. Sobre tudo isso o sábio se cala.

the-devil-tarot-card O diabo é uma criação do próprio homem, é a própria escuridão no homem. É o seu filho mais amado, colocado sobre um pedestal e adorado como a divindade. Esse diabo, com cornos, patas de bode e cauda pontiaguda, não existe senão no imaginário do próprio homem. Paradoxalmente se o diabo é criação do próprio homem, Deus é, também, uma criação do próprio homem. Um Deus absurdo e criado hipoteticamente a servir um propósito pessoal e diabólico. Se Deus é a Luz a organização, o Diabo é as trevas e a desordem. O que é natural não pode ser bom nem mal, mas sim participa da organização e ordem da própria criação. O Sol nasce e morre todos os dias, a eterna fênix que sustenta o sagrado mistério da criação. Deus está longe de ser qualquer forma, mesmo se expressando na forma.

A forma é o percebido pelos cinco sentidos, é a condensação do verdadeiro como uma imagem tosca e imperfeita da realidade. Como um artista que cria a mais bela escultura, perfeitamente idêntica, em forma, ao próprio homem, porem esta não é o homem e nem é dotada da vida do homem, seus movimentos, porém sua beleza encanta e eleva os sentimentos, não é o homem a mais elevada de todas as criaturas, a imagem viva de deus? Onde está sua beleza? As pessoas mais belas em aparência física, comumente, são as mais toscas em valores espirituais, em valores morais. Num dialogo Socrático, o Cristo dos filósofos, dado no celebre livro de Platão “Fedon”, Socrates questiona a Símias: Se o verdadeiro afã do filosofo é a morte, pois com ela a alma ficaria livre dos cinco sentidos, do próprio corpo físico, encontrando a verdade. Aclarando que a verdade não está nas formas, mas na experiência da alma em si mesma evitando qualquer troca, qualquer comercio, com o corpo. Já que a maior parte dos conceitos que temos em vida foram formulados a partir de experiências adquiridas pelos cinco sentidos, certamente todos os nossos conceitos por mais elevados que sejam não condizem com a verdade. Nossos conceitos, dogmas, crenças, não são senão aquele filho tosco que concebemos e adoramos, colocando belas roupagens. Sempre justificando nossos erros, sempre dando uma beleza no que é falso e vergonhoso. Ficamos, depois de muitos séculos, acostumados com a hipocrisia e já não temos mais vergonha de nos equivocar, de errar. Todos os nossos erros, todo o mal que causamos fantasiamos de caridade para aliviar nossos pesares, todas nossas falsas verdades são este diabo fantasiado de santo. Nosso bezerro de ouro.

temple-of-horus-edfu-egy127 Quando a substancia cristonica, pelo mistério da epifania se tornou carne nos disse: “Conheceis a verdade e verdade vos libertará”. A verdade não está no que os cinco sentidos, sensuais, podem nos oferecer, sendo assim, não pode estar sendo absorvida como uma verdade imbatível pelo sentido da visão. Qualquer escritura por mais sagrada que seja, não pode exprimir a totalidade da verdade, senão um ponto de apoio onde possamos encontrar através da intuição, da consciência a verdade do mundo espiritual o que muitas vezes não condiz com o mundo material. A filosofia hindu nos diz sobre o samadhi onde a alma se liberta dos conceitos formulados pelos cinco sentidos e encontra um êxtase esplendoroso, um regozijo de conhecer a verdade além da forma, então dependendo do grau, tudo ocorre de uma só vez, sentimento, razão, visão, formulas, sons e no fim a compreensão. Sendo praticamente impossível de ser descrita num mundo tão limitado a experiência que até o mais elevado dos poetas não o conseguiria fazer-lo. Esse processo de encontro com a realidade, com a verdade espiritual é chamada de gnosis, ou gnana para os hindus. É uma verdade impossível de ser dita, por isso o sábio se cala.

Assim no que cremos? No que acreditamos? O passado, o que já aconteceu, está à mercê da infiel memória. Do futuro nada sabemos, senão que colheremos o que plantamos, mas como sabemos muito pouco do passado, muito pouco sabemos do que plantamos, pouco saberemos o que colheremos. O Presente, o momento... A recepção das impressões pelos sentidos, interpretados por conceitos preestabelecidos, por dogmas, crendices, como se tudo fosse uma eterna repetição, onde só as enquadramos em idéias pré-concebidas. Como lutador que reage instintivamente, sem pensar ou refletir, sob a pressão do movimento do oponente, dizendo sim ou não, isso é certo ou errado de acordo com nossas justificativas. Como podemos dessa forma ser conhecedores da verdade? Uma criança vê a diferença em cada momento de sua vida, em cada animalzinho, não é a toa que sentimos que vivemos muito mais quando éramos crianças, pois quando crianças cada experiência era única, inigualável, infelizmente os pais com suas monstruosidades fazem muitas crianças viverem num verdadeiro inferno, fazendo com que essa curiosidade, essa vida que existe nas crianças seja apagada e os transforme em engrenagens do sistema, com uma mente caduca e endurecida por diversos falsos conceitos, como seus pais.

Acreditar, por que então acreditar? Acreditamos no bem supremo, na ordem suprema, na vitoria do espírito sobre a matéria, pois assim nos conduzimos de acordo com os preceitos pessoais de alguém que busca a sua própria felicidade, com nossa própria filosofia, do por que ajo desta forma, qual é o motivo desse pensamento?Esse não deve e não pode brigar por conceitos, pois isso seria sua prisão, ser livre e acreditar no que é melhor para si mesmo e para seus semelhantes, vivendo em harmonia com a lei de ação e reação, com o Nêmesis, com o Karma, ou o com o conceito que melhor preferirmos. Paracelso Ninguém melhor para ilustrar que Paracelso:

- A inteligência deve se anular um pouco para que possamos deixar que a natureza “entre” em nós, deixar com que o homem fique disponível para não obstaculizar a entrada da natureza e a iluminação do espírito humano.

- “É preferível falar em ninfas do que em acontecimentos sociais: em gigantes, do que em frivolidades cortesãs; em melusina, do que em cavalaria e artilharia; em gnomos, do que em esgrima e damas. É melhor tratar de coisas divinas do que se ocupar com maneiras mundanas, usos e costumes da corte e outras futilidades”.

Referencias:

O Grande Arcano – Eliphas Levi

Educação Fundamental – Samael Aum Weor

Psicologia Revolucionaria – Samael Aum Weor

Fedron (Fedão) - Platão

Fr Gemini

AGAPHE

21.’.21.’.21.’.

02/01/2011