quinta-feira, 28 de março de 2013

O DEUS DE EINSTEIN

 

qui, 17 de março, 2011

Quando, em 1921, perguntado pelo rabino H. Goldstein, de New York, se acreditava em Deus, o físico Albert Einstein respondeu: "Acredito no Deus de Espinosa, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pelo destino e pelas ações dos homens".

Einstein enfrentou críticas, e o cardeal O’Connel, de Boston, publicou uma declaração na qual dizia que a teoria da relatividade "encobre com um manto o horrível fantasma do ateísmo, e obscurece especulações, produzindo uma dúvida universal sobre Deus e sua criação". Hoje o Papa parece conviver bem com a idéia de Deus ser uma força por trás do Big Bang, conciliando (na medida do possível) ciência e religião.

Seis anos depois, em uma carta escrita a um banqueiro do Colorado, Einstein explica: "Não consigo conceber um Deus pessoal que influa diretamente sobre as ações dos indivíduos, ou que julgue, diretamente criaturas por Ele criadas. Não posso fazer isto apesar do fato de que a causalidade mecanicista foi, até certo ponto, posta em dúvida pela ciência moderna. Minha religiosidade consiste em uma humilde admiração pelo espírito infinitamente superior que se revela no pouco que nós, com nossa fraca e transitória compreensão, podemos entender da realidade. A moral é da maior importância - para nós, porém, não para Deus".

No artigo Religião e Ciência, que faz parte do livro Como vejo o mundo, publicado em alemão em 1953, Einstein escreve: "Todos podem atingir a religião em um último grau, raramente acessível em sua pureza total. Dou a isto o nome de religiosidade cósmica e não posso falar dela com facilidade já que se trata de uma noção muito nova, à qual não corresponde conceito algum de um Deus antropomórfico (...) Notam-se exemplos desta religião cósmica nos primeiros momentos da evolução em alguns salmos de Davi ou em alguns profetas. Em grau infinitamente mais elevado, o budismo organiza os dados do cosmos (...) Ora, os gênios religiosos de todos os tempos se distinguiram por esta religiosidade ante o cosmos. Ela não tem dogmas nem Deus concebido à imagem do homem, portanto nenhuma Igreja ensina a religião cósmica. Temos também a impressão de que hereges de todos os tempos da história humana se nutriam com esta forma superior de religião. Contudo, seus contemporâneos muitas vezes os tinham por suspeitos de ateísmo, e às vezes, também, de santidade. Considerados deste ponto de vista, homens como Demócrito, Francisco de Assis e Spinoza se assemelham profundamente".

Quem foi Espinosa, a inspiração para Einstein?

Bento de Espinosa foi um dos grandes filósofos racionalistas do século XVII, juntamente com René Descartes. Nasceu nos Países Baixos em uma família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno. Foi profundo estudioso da Bíblia, de obras religiosas judaicas e de filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles, Demócrito, Epicuro e Lucrécio.

Foi excomungado pela Igreja devido aos seus pensamentos em relação a Deus. Espinosa ficou considerado como maldito por muitos anos após sua morte. Quem recuperou sua reputação foi o crítico Lessing em seus diálogos com Jacobi, em 1784. Na seqüência, o filósofo foi citado, elogiado e inspirou pessoas como os teólogos liberais Herder e Schleiermacher, o poeta católico Novalis e o grande Goethe.

Em Haia, onde morreu, foi construído um monumento em homenagem a Espinosa, assim comentado por Ernest Renan em 1882:

"Maldição sobre o passante que insultar essa suave cabeça pensativa. Será punido como todas as almas vulgares são punidas – pela sua própria vulgaridade e pela incapacidade de conceber o que é divino. Este homem, do seu pedestal de granito, apontará a todos o caminho da bem-aventurança por ele encontrado; e por todos os tempos o homem culto que por aqui passar dirá em seu coração: Foi quem teve a mais profunda visão de Deus".

A VISÃO DE DEUS DE ESPINOSA

Espinosa defendeu que Deus e Natureza eram dois nomes para a mesma realidade. Ele afirmou que Deus sive Natura ("Deus ou Natureza" em latim) era um ser de infinitos atributos, entre os quais a extensão (sob o conceito atual de matéria) e o pensamento eram apenas dois conhecidos por nós.

Deus não é entendido por Espinosa como um Ser à parte e/ou externo ao mundo, que o governa como um engenheiro ou habilidoso artesão, mas sim, de forma muito sutil e holística, a Divindade da Ordem Eterna da Natureza, muito superior ao entendimento fragmentado e antropomorfista humano. É, enfim, o Grande Uno que se expressa nos Muitos a que se faz a partir de Si mesmo. Uma visão estranha ao modo ocidental, mas bem de acordo com as mais sofisticadas concepções orientais do Divino.

Will Durant estabelece a seguinte comparação entre o sistema ético de Espinosa e os sistemas clássico e cristão: "Hoje só subsistem três sistemas de ética, três concepções de caráter ideal e de vida moral. Uma é de Buda e Jesus, que dá preponderância às virtudes femininas; que considera todos os homens igualmente preciosos; que resiste ao mal contrapondo-lhe o bem; que identifica virtude com amor e se inclina, em política, para a ilimitada democracia. Outra, é a ética de Maquiavel e de Nietzsche, que dá preponderância às virtudes masculinas, que aceita a desigualdade dos homens; que se deleita nos riscos do combate, da conquista e do mando; que identifica virtude com poder e exalta a aristocracia hereditária. Uma terceira é a de Sócrates, Platão e Aristóteles, que nega a aplicabilidade universal quer das virtudes masculinas, quer das virtudes femininas; que considera que somente os espíritos maduros e bem informados podem decidir, de acordo com as circunstâncias, quando deve imperar o amor e quando deve imperar o poder; que identifica virtude com inteligência e advoga no governo uma mistura de democracia e de aristocracia. O que distingue a ética de Espinosa é que ela reconcilia inconscientemente essas filosofias aparentemente hostis e as enlaça numa unidade harmoniosa e nos apresenta, desse modo, um sistema de moral que é o do pensamento moderno."

A filosofia de Espinosa tem muito em comum com o estoicismo, mas difere muito dos estoicos num aspecto importante: ele rejeitou fortemente a afirmação de que a razão pode dominar a emoção.

Um outro pensador, que eu coloco no mesmo nível de Espinosa, é Eckhart de Hochheim (1260–1327), mais conhecido como Mestre Eckhart (em reconhecimento aos seus títulos acadêmicos). Foi um frade dominicano, conhecido por sua obra como teólogo e filósofo, mas especialmente por suas visões místicas.

O psicólogo Carl Jung escreve sobre ele em seu livro "Aion: Estudos sobre o simbolismo do Si-mesmo":

A teologia de Mestre Eckhart conhece uma "divindade" à qual não se pode atribuir nenhuma outra qualidade exceto a da unidade e do ser. Ela "atua"; ainda não é dona de si própria e representa uma coincidência absoluta dos opostos:

Entretanto, sua natureza simples é, quanto à forma, sem forma; quanto ao devir, sem devir; quanto à essência, sem essência, e quanto ao conteúdo, sem conteúdo.

Até onde a lógica humana alcança, a unificação dos opostos eqüivale a um estado de inconsciência, pois o estado de consciência pressupõe uma diferenciação e uma relação entre o sujeito e o objeto. Somente quando o Pai, "que flui" da divindade, isto é, de Deus, "percebe-se a si mesmo", é que "se torna consciente" e "se contrapõe a si próprio como pessoa". É deste modo que o Filho emana do Pai como conceito que este último tem de sua própria essência. Na sua unidade original "Ele nada conhece", exceto o "Uno supra-real" que Ele é. Do mesmo modo que a divindade é essencialmente inconsciente, assim também o é o homem que vive em Deus. No seu sermão a respeito dos "Felizes os pobres de espírito" (Mateus 5:3), diz o Mestre:

O homem que tem esta pobreza, tem tudo o que era quando não existia, em absoluto, nem para si, nem para a verdade, nem para Deus; e mais: deve tão-somente tomar consciência de si próprio, tal como se nele não existisse nenhum conhecimento de Deus. Quando o homem se encontra na eterna forma de Deus, então nele já não vive outra coisa: o que vive é o que ele próprio era. Por isso dizemos que o homem deve conhecer-se apenas a si mesmo, como se não tivesse outra coisa a fazer, deixando Deus realizar nele o que lhe aprouver. Que o homem seja apenas o que era quando veio de Deus.

É por isso que Eckhart diz que o homem deve "conceber" Deus da seguinte maneira:

Tu deves concebê-lo tal como Ele é: um não-Deus, um não-espírito, uma não-pessoa, uma não-imagem; e mais: como um ser uno, puro, luminoso, isento de toda dualidade, e neste uno devemos mergulhar por toda a eternidade, do nada para o nada. Assim Deus nos ajude! Amém.

O pensamento universal e abrangente de Mestre Eckhart conhece, sem o saber, tanto a primitiva experiência indiana quanto a gnóstica, e é inclusive a mais bela flor da árvore do "livre espírito" que caracteriza o início do século XIV. Por certo que os escritos do Mestre permaneceram sepultados no esquecimento durante 600 anos, uma vez que "seu tempo ainda não havia chegado". Só no século XIX é que se encontrou um público em condições de avaliar de perto a grandiosidade do pensamento de ECKHART.

Semelhantes afirmações a respeito da natureza de Deus constituem transformações das imagens de Deus, em paralelo com as mudanças que se verificam na consciência do homem, sem que se possa precisar sempre qual é a causa um do outro. A imagem divina não é uma invenção qualquer, mas uma experiência que ocorre espontaneamente ao indivíduo, fato que qualquer um pode saber à saciedade, desde que não prefira o obcecamento dos conceitos ideológicos à clareza da verdade. Por isso a imagem de Deus (de início, inconsciente) tem condições de modificar o estado de consciência, do mesmo modo que este pode introduzir suas correções na imagem (consciente) de Deus. É óbvio que isto nada tem a ver com a veritas prima (verdade primeira), o Deus desconhecido, como poderíamos provar de algum modo. Psicologicamente, porém, a idéia da agnosia (não-conhecimento, inconsciência) de Deus é da máxima importância, na medida em que ela assimila a identidade da divindade com a numinosidade do inconsciente; deste fato dão testemunho a filosofia do Atman e do Purusha, no Oriente, e Mestre Eckhart — como vimos — no Ocidente.

E assim Jung termina sua análise sobre a doutrina de Eckhart, que o filósofo Schopenhauer comparou a Buda:

Se formos à raiz das coisas, veremos que Sakiamuni (Buda) e Mestre Eckhart ensinam a mesma coisa, só que o primeiro se atreveu a expressar suas idéias de forma clara e positivamente, ao passo que Eckhart é obrigado vesti-los com a roupa do mito cristão, e assim ter de adaptar suas expressões
(Schopenhauer; O Mundo como Vontade e Representação)

Eckhart foi acusado de heresia pelo Papa João 22, mas ficou famoso pelas suas defesas, que refutaram todas as acusações. Foi discretamente "reabilitado" pela Igreja no séc XX, através do Papa João Paulo II.

CONCLUSÃO

Minha idéia de Deus expressei aqui no blog muito antes de conhecer Espinosa ou Eckhart (que, confesso, só li sobre eles agora). E é similar, baseada no Taoísmo e no Hinduísmo, e desenvolvida no Budismo (que considero a "última jornada da mente", o mais próximo que se pode chegar de entender esse mecanismo no qual estamos imersos). Minha "idéia-Deus" não vê lados, engloba a Totalidade. Mas acredita sim no poder Divino que reside em nós, e se manifesta pela Vontade (e aí está minha ponte com Nietzsche e aquele pastiche de "O Segredo").

A minha "crítica" a Einstein é ele acreditar que Deus seja apenas Ordem, não jogando dados com o Universo. A Totalidade contém em si a Ordem e o Caos. Se Deus fosse um mero ordenador, não seria mais do que um computador poderosíssimo. E o que veio antes do computador? O próprio hinduísmo coloca Brahman anterior a Brama (o Criador) e Vishnu (o Ordenador). "Deus é mais" hehehe.

Na época do meu post de 2002 achava que não, mas hoje penso sim que Deus possa jogar dados com o universo. E o Karma pode estar no meio desse jogo de dados. Como já mencionei aqui, o budismo explica que ao longo das vidas assumimos "personagens". Em palestra com o Lama Padma Samten ele desenvolveu mais o tema, pra explicar que nem sempre o personagem que você acha que foi em uma vida passada é realmente seu espírito de HOJE encarnado naquele tempo. Isso é mais explicado no post sobre o "Eu" no budismo. Padma Samten disse que o conceito de reencarnação no budismo parece às vezes contraditório porque o estamos analisando de DENTRO do Samsara. Não temos acesso ao quadro todo. E esse reconhecimento de nossa ignorância/envolvimento é a coisa mais bela que o budismo pôde oferecer ao tema, pois amplia o espectro e nos faz ver coisas como o Tsunami do Japão de uma perspectiva menos vingativa ("o povo fez isso no passado e agora está pagando, huahuahua!") e - ironicamente - mais cristã ("Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes"). Os japoneses foram os nossos irmãos mais velhos, que receberam (pela terceira vez) a responsabilidade de lidar com a irresponsabilidade humana em relação à radioatividade. A tristeza e consternação de hoje se traduzirá em benefícios para uma futura geração, que (espera-se) não dependerá desse tipo de energia.

Vamos caçá-lo, porque ele agüenta. Porque ele não é um herói, é um guardião silencioso, um protetor zeloso
(Final de Batman: O cavaleiro das trevas)

Vou compartilhar com vocês um exemplo musical de caos e ordem, que representa um pouco minha visão de Deus. Sempre fui uma pessoa que gosta muito de ordem, de organização, mas de forma saudável, não chega a ser um TOC. Isso se reflete também no meu gosto musical, que privilegia a harmonia. Solos "virtuosi" de rock progressivo, do jazz e da música clássica me deixam irritado com a desincronia (que eu interpreto em minha mente como uma assimetria). Eis que, nos idos de 1998, procurando conhecer o trabalho de uma famosa cantora pop japonesa, me deparei com a música a seguir:

Namie Amuro - Toi e moi

Minha primeira reação ao chegar ao final da música foi deletá-la. Essa música me dava um curto-circuito cerebral por conta de sua percussão sem sentido e mudança rápida de estilos (rap japonês (!) com baladinha, mistura de inglês com japonês, etc). Mas depois de 1 hora me peguei cantarolando a melodia, e um conflito se estabeleceu em meu cérebro, que rejeitava e ao mesmo tempo queria aquilo. Recuperei a música e passei a ouvi-la uma, duas, três vezes seguidas... sempre estranhando-a, reclamando da agonia da bateria x calma do refrão. Pensei em tentar eliminá-la com filtros, mas era uma tarefa impossível. Depois eu passei a semana inteira ouvindo, e não é que eu prestava cada vez mais atenção (e dava valor) à bateria? De alguma forma eu senti que ela COMPLETA a música de uma maneira que a tornava ÚNICA. Ainda hoje a ouço de vez em quando, pois confesso que me causa uma sensação de estranheza e beleza, uma harmonia no caos que eu ainda não decifrei/decodifiquei racionalmente.

Talvez ela remeta musicalmente ao meu símbolo interior da Totalidade, que todos nós temos e se manifesta das mais variadas formas; mas mais comumente como a Imagem de Deus (Imago Dei). É algo que também pude verificar na terapia, ao exprimir essa Totalidade através de figuras (símbolos) opostos, perturbadores. É por isso que encerro com o comentário de Jung, que sintetiza o que vimos no post de hoje:

Se a Psicologia se apodera destes fenômenos, só o pode fazer quando renuncia expressamente a fazer julgamentos metafísicos, e desiste da presunção de sustentar uma convicção que sua experiência científica pretensamente autoriza. Mas não é isto que vem ao caso. O que a Psicologia pode constatar é única e exclusivamente a existência de símbolos plásticos cuja interpretação, a priori, é totalmente incerta. O que se pode dizer com alguma certeza é que os símbolos apresentam um certo caráter de totalidade e por isso, presumivelmente, significam "totalidade". Via de regra, trata-se de símbolos "de unificação", isto é, de conjunções de opostos. Eles surgem do entrechoque da consciência com o inconsciente e da confusão causada por este choque, que os alquimistas chamavam de Chaos (caos) ou Nigredo (escuridão). Empiricamente, tal confusão se expressa sob a forma de inquietação e de desnorteamento. Este simbolismo circular e quaternário aparece então sob a forma de um principio ordenador compensatório, que apresenta a unificação dos opostos conflitantes como já realizada e prepara um estado de inquietação salutar ("redenção"). De início, a única coisa que a Psicologia consegue constatar é que o símbolo da totalidade expressa a totalidade do indivíduo.

Referência:
O Deus de Espinosa;
Ayrton's biblical page: Cosmologia, Einstein e Deus

Retirado de: http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2011/03/o_deus_de_einst.html

Se Deus tivesse falado - DEUS SEGUNDO SPINOZA

 


“Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida.
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.
Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade
fosse algo mau.
O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo
o que te fizeram crer.
Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem,
no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos,
de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti?
Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar
a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar,
que só geram culpa em ti.
Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida,
que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso.
Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar.
Ninguém leva um registro.
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse.
Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada,
terás aproveitado da oportunidade que te dei.
E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste,
se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?
Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti.
Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias
teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam.
Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.
Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui,
que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres?
Para que tantas explicações?
Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti.

Baruch Spinoza

sexta-feira, 8 de março de 2013

A Iniciação (segundo Fernando Pessoa)

 

 

Os textos que seguem são de autoria exclusiva do gnóstico português

Fernando Pessoa

Chama-se iniciação ao entendimento profundo dos símbolos, sendo considerados símbolos, e não lições directas ou factos históricos, os rituais e (...) de todas as religiões. Assim um cabalista não interpreta os «seis dias» da criação do mundo como sendo «dias» no sentido directo; atribui-lhe outro sentido, que não importa qual seja. Assim um cabalista cristão não toma literalmente a narrativa dos Evangelhos; o nascimento de Jesus, e a sua morte, por exemplo, são por ele considerados como exposições simbólicas. Para um cabalista cristão a Segunda Pessoa da Trindade não pôde nascer em Nazaré (Belém).


Os Três Caminhos para Iniciação:
São três os caminhos da iniciação; servir-nos-emos, para os designar, das palavras de Saint-Martin: Liberdade, Igualdade, Fraternidade. A iniciação fraternitária consiste na entrada do candidato para qualquer Ordem com fins directamente iniciáticos, seja a Maçonaria seja qualquer Ordem superior a ela que não exija a qualificação maçónica. Este tipo de iniciação é o que convém aos espíritos por natureza pouco desenvolvidos, a quem a «cadeia de união», a participação com outros do mesmo simbolismo, é indispensável para abrirem caminho - se de todo lhes não for vedado abri-lo - através dos graus íntimos, em que a iniciação consiste.
O caminho da igualdade consiste na entrada do candidato para qualquer religião (...).
Há homens que só podem ser indivíduos em sociedade, isto é, cuja vida é essencialmente subordinada, para seu desenvolvimento, ao contacto com a vida alheia. Há outros homens que precisam, como aqueles, da vida alheia para se completarem em si mesmos, porém não precisam da subordinação, senão da simples coexistência. Há ainda outros, mas são raros, para quem a vida alheia é inútil, quando não daninha; que passam no mundo solitários por natureza, e são indivíduos em si mesmos.

A nenhum homem, se nele houver a disposição e o destino, a iniciação é vedada. A cada um dos três tipos de homens convém contudo um dos três tipos de iniciação. Os três tipos de iniciação são a iniciação pela Fraternidade, a iniciação pela Igualdade e a iniciação pela Liberdade. Sirvo-me da expressão trinitária de Saint-Martin, mas deve compreender-se que ela nada tem que ver com os falsos usos que mais tarde se fizeram dela, quer tomando-a como lema ou moto de algumas das Maçonarias (com a notável excepção da inglesa, cujo lema é «temer a Deus e honrar o Rei»), quer tomando-a como lema ou moto de coisas puramente profanas, como a Revolução Francesa, os princípios democráticos, ou o que mais seja.
A iniciação por Fraternidade convém aos indivíduos espiritualmente pouco desenvolvidos, e em quem o estímulo das faculdades intuitivas não pôde ser dado senão por meios materiais e grosseiros, como, por sua natureza, são os rituais, a cadeia de união, o contacto com outros em templos telhados.
Os Três tipos de iniciação:

Há três tipos distintos de iniciação—simbólica ou exterior, intelectual (exterior à interior) e vital (interior). Nas iniciações simbólicas, que reforçam a vontade e que, portanto, conduzem à Magia como realização, o candidato não passa por graus de entendimento, mas por graus de intuição, por assim dizer; ele está continuamente à superfície e na aparência das coisas, e, embora ele atinja o grau mais elevado, qualquer que seja a ordem ou ordens por que prossiga, esse grau mais elevado não precisa de corresponder (geralmente não corresponde) a qualquer coisa como um grau paralelo em qualquer das iniciações interiores. Nas iniciações intelectuais, que reforçam o intelecto e que, portanto, conduzem ao Misticismo como realização, o candidato passa por estádios de entendimento, mas não por estádios de vida; ele pode saber muito, mas não precisa de viver aquilo que conhece no mesmo plano em que o conhece. Nas iniciações vitais, que reforçam a emoção e, portanto, conduzem à Alquimia como realização, o candidato vive aquilo que sente e sabe.
(Isto está certo?). Não será antes que estas iniciações diferem numa outra medida, enquanto a diferença entre Magia, Misticismo e Alquimia (então e a Gnosis?) se encontra noutro plano de interpretação? Estas iniciações não são antes físicas, etéreas e astrais? (ou, talvez, etéreas, astrais e espirituais, ou astrais, mentais e espirituais?).
— Possivelmente há três modos pelos quais as iniciações podem ser interpretadas: (I) os três caminhos de realização, mágico, místico e gnóstico, (2) os três estádios de realização, Neófito, Adepto e Mestre, (3) os três graus de realização, astral, mental e espiritual.
Há, primeiro, e no nível ínfimo, a iniciação exotérica, análoga à iniciação maçónica, e de que esta é o tipo mais baixo: é a iniciação dada a quem propriamente se não encaminhou para ela, nem para ela se preparou (porque sugestão de outrem, o impulso externo, e a simples curiosidade não são preparações), e que serve para pôr o indivíduo em condições de poder dar se o caminho esotérico, de poder buscar, pelo contacto, embora esotérico, com símbolos e emblemas, o verdadeiro caminho. O mais exterior e nulo dos sistemas iniciáticos — como o é hoje a maçonaria — serve este fim, logo que tenha conservado os símbolos pelos quais em nós se infiltra o primeiro conhecimento do oculto. O único fim com que os Rosa-Cruz instituíram a maçonaria exotérica é o de pôr muita gente em contacto com, por assim dizer, o aspecto externo da verdade oculta, podendo assim aqueles, que se sintam aptos, ascender a ela lentamente.
Há, depois, a iniciação esotérica. Difere da primeira em que tem que ser buscada pelo discípulo, e por ele desejada e preparada em si mesmo. «Quando o discípulo está pronto», diz o velho lema dos ocultistas, «o mestre está pronto também.»
Há, por fim, a iniciação divina. Esta, não a dão nem exotéricos ou esotéricos menores, como a exotérica, nem até Mestres ou Esotéricos Maiores, como a esotérica; vem directamente, e por cima destes todos, das mesmas mãos, do que chamamos Deus. O tipo supremo desta iniciação é o de Jesus, a quem Deus, de nascença, converteu em sua mesma Essência, tornando-o Cristo.
Iniciado exotérico é, por exemplo, qualquer mação, ou qualquer discípulo menor de uma sociedade teosófica ou antroposófica. Iniciado esotérico é ,por exemplo, um Rosa-Cruz, um Francis Bacon, seja. Iniciado Divino é, por exemplo, um Shakespeare. A este tipo de iniciação vulgarmente se chama génio.
Quando Shakespeare disse, «uns nascem grandes, outros chegam à grandeza, a outros é a grandeza imposta» deu, talvez sem querer e julgando ser simplesmente irónico, a chave das três iniciações, na ordem descendente. Outro sentido não tem a mesma frase do Cristo que diz o mesmo pela «a uns fazem eunucos desde o ventre materno», em que, por uma expressão simbólica que a intuição facilmente compreende, se exprime pelo eunuquismo o afastamento dos outros que caracteriza a iniciação.
A busca pela Iniciação:

Como, então, deve um homem que busque a iniciação treinar-se para ela? Como, por outras palavras, deverá ele tomar dentro de si os Graus de Neófito da Ordem Interior? Ele deve começar por familiarizar-se com sistemas filosóficos e com a filosofia que emerge, mal ou bem, das aquisições mais recentes da ciência Com este suporte, ele deve reflectir e comparar, confrontando sistema com sistema, teoria com teoria e parte de cada sistema comas outras partes. Desenvolverá assim a sua inteligência abstracta sem a qual a intuição que ele busca desenvolver mais não será do que emoção.
Ele deve começar por se despir de todos os preconceitos dogmáticos, de todas as coisas que foram
introduzidas no seu espírito pela educação e pelo hábito. O caminho da iniciação não pode ser alcançado através dos portais de qualquer das igrejas, mas antes através dos portais de todas ao mesmo tempo ou de nenhuma. Seguidamente, ele deve familiarizar-se com sistemas religiosos de todas as espécies, com sistemas filosóficos.... (ut supra).
Deve depois elaborar, o melhor que puder, um sistema próprio seu, construído lentamente, com aquilo que ele aprendeu, sem necessariamente o escrever, um sistema, tão coerente quanto ele puder fazê-lo, de interpretação do universo nas triplas linhas de verdade, beleza e conduta.
Depois procederá ao abandono do sistema que formar. Terá chegado a amá-lo, mas cabe-lhe agora reconhecer que ele não vale mais do que os outros sistemas filosóficos que ele comparou entre si e, uma vez que estabeleceu o seu próprio sistema, rejeitou.
Assim, ele terá atravessado os quatro estádios da tentação do Mundo — o Dogma, a Inteligência Concreta ou Ciência, a Inteligência Abstracta ou Filosofia e a Inteligência Crítica.
O Dogma pelo qual ele está preso aos outros; a Ciência pela qual ele está preso à Natureza; a Filosofia pela qual ele está preso aos espíritos de outros; a sua própria filosofia pela qual ele está preso a si próprio, porque o Mundo é tudo isto. Uma vez que passou estes quatro estádios do grau de Neófito, está pronto para a iniciação. Dele depende agora escolher por que caminho a fará—se pelo caminho místico, se pelo caminho mágico ou pelo gnóstico. É mais justo dizer o caminho por onde ele começará a fazê-la, porque a iniciação plena no grau de Adepto inclui os três. No primeiro Grau de Adepto ele tomará a via que escolheu e completará o seu caminho nela; no segundo Grau de Adepto ele tomará uma das outras duas vias; no terceiro Grau de Adepto ele tomará a via que resta.
Ele tem de vencer as três tentações que estão subjacentes à Carne — os desejos que são vencidos pelo Misticismo; as indecisões que são vencidas pela Magia; os enganos que são vencidos pela Gnose. Tem de vencer (…)
Dir-se-á que isto torna a iniciação uma tarefa muito difícil. Torna-a, porque assim é. Por que é que a iniciação havia de ser fácil? Dir-se-á que só um homem de especial inteligência pode tomar os graus de neófito, uma vez que é necessário ter capacidade de reflexão abstracta para se ser apto em filosofia, e nem toda a gente a possui. Mas por que é que toda a gente havia de estar em condições de ser iniciado? Se se disser que isto é injusto, podemos replicar assim: Porque é que o universo havia de ser justo? — o que é talvez uma resposta errada, mas certamente suficiente, — ou que a questão se baseia no pressuposto de que não há desenvolvimento no mundo; ou, por outras palavras, que o homem termina num curto lapso de vida terrena e que é possível que a reencarnação seja verdadeira quando não há injustiça, mas apenas graus, porque na própria vida exterior há graus de força, beleza, inteligência e outras coisas idênticas.
Um homem pode, pelo menos, aspirar à iniciação e, se a inteligência abstracta é o primeiro grau no caminho e ele não tem inteligência abstracta, pode pelo menos aspirar a ela; custa-lhe tanto ou tão pouco aspirar à inteligência como à iniciação, e realmente ele aspira à mesma coisa na ordem própria quando aspira à inteligência.
(O místico sem inteligência não atingiu o primeiro Grau de Adepto: ele não fez mais do que atingir o grau intermédio entre os Graus de Neófito e de Adepto, o purgatório vazio da ascensão errada).


O Significado Real da Iniciação:

Mas o significado real da iniciação é que este mundo visível em que vivemos é um símbolo e uma sombra, que esta vida que conhecemos através dos sentidos é uma morte e um sono, ou, por outras palavras, que o que vemos é uma ilusão. A iniciação é o dissipar — um dissipar gradual, parcial — dessa ilusão. A razão do seu segredo é que a maior parte dos homens não está adaptada a compreendê-lo e, portanto, compreendê-lo-á mal e confundi-lo-á, se for tornado público. A razão de ele ser simbólico é que a iniciação não é um conhecimento, mas uma vida, e o homem deve, portanto, descobrir por si o que mostram os símbolos, porque, assim, viverá a vida deles, não se limitando a aprender as palavras em que são mostrados.
Dizer que Cristo é um símbolo do Sol é pôr o processo iniciatório ao invés. É o Sol que é o símbolo de Cristo. Por outras palavras, Cristo é a realidade e o Sol a ilusão, Cristo é a luz, e o Sol a sombra. (O Inefável é a luz; o GA, corpo; o mundo, sombra — a sombra projectada pelo denso quando iluminado pelo subtil. A luz está na circunferência e a sombra lançada para o centro. Isto tem alguma coisa a ver com o pt. dentro do c.?) (Cf. a ideia cabalística do En Soph retirando-se para dentro, manifestando-se dentro e não fora).
Iniciar um homem por um ritual complicado e mais ou menos impressivo e depois confiar-lhe, sob promessas de segredo e juras mais ou menos terríveis, que a Primavera vem depois do Inverno — isto nunca podia ter sido o plano de qualquer corpo ou sistema iniciático. Mas tê-lo-ia sido ensinar o contrário — que a Primavera, seguindo-se ao Inverno, é um símbolo de coisas maiores, que o natural é uma figuração do sobrenatural.
Isto, feito com mais ou menos pormenor, em símbolo, depois em doutrina, depois em revelação, é a essência de todas as verdadeiras iniciações, de Eleusis a Kilwinning.
Ordens de inic.: (I) através de símbolos e (mais tarde) explicações em si próprias simbólicas—cf. Pike; (2) através de doutrina simbólica, verdadeira ao seu nível, e explicações, já não simbólicas; (3) através de comunicação directa, embora não necessariamente falada ou expressa.
Não digo que estas coisas representem uma verdade e não digo que o não façam. Digo que este é o significado da iniciação, que é assim que a iniciação existe e que é para estes fins que ela existe.

Iniciação

Não dormes sob os ciprestes,

Pois não há sono no mundo.

O corpo é a sombra das vestes

Que encobrem teu ser profundo.

Vem a noite, que é a morte,

E a sombra acabou sem ser.

Vais na noite só recorte,

Igual a ti sem querer.

Mas na Estalagem do Assombro

Tiran-te os Anjos a capa :

Segues sem capa no ombro,

Com o pouco que te tapa.

Então Arcanjos da Estrada

Despem-te e deixam-te nu.

Não tens vestes, não tens nada :

Tens só teu corpo, que és tu.

Por fim, na funda caverna,

Os Deuses despem-te mais.

Teu corpo cessa, alma externa,

Mas vês que são teus iguais.

A sombra das tuas vestes

Ficou entre nós na Sorte.

Não 'stás morto, entre ciprestes.

Neófito, não há morte.

Autor: Fernando Pessoa

Fontes:"A Procura da Verdade Oculta" (- Textos filosóficos e esotéricos . Fernando Pessoa. (Prefácio, organização e notas de António Quadros.) Mem Martins: Publ. Europa-América, 1989, 2ª ed. - 168.), "Fernando Pessoa e a Filosofia Hermética - Fragmentos do espólio. Fernando Pessoa" (Introdução e organização de Yvette K. Centeno. Lisboa: Presença, 1985. - 66.), "Pessoa por Conhecer" (- Textos para um Novo Mapa . Teresa Rita Lopes. Lisboa: Estampa, 1990. - 61)

 

Retirado de: http://gnosisportugal.blogspot.com.br/2012/11/a-iniciacao-segundo-fernando-pessoas.html

domingo, 3 de março de 2013

Samael fala sobre seu ensinamento – DE ONDE REALMENTE PROVEM A GNOSIS

 

 

"Eu não sigo ninguém, nem quero que ninguém me siga; o que quero é que cada um siga a si próprio. O que quero é que cada um escute o seu próprio Íntimo, que cada qual se converta em líder de si mesmo, em chefe de si mesmo. (...) Enquanto o homem estiver coagindo sua mente com o complexo de autoridade e de tradição, será um escravo. A autoridade e a tradição constituem bancos pétreos aos quais se ancora o barco da mente, que se incapacita para pensar por si mesma, para compreender-se a si mesma, e ainda, torna-se incapaz como instrumento conscientivo do Ser. Enquanto a mente do ser humano estiver enredada dentro de complexos de autoridade e tradição, o homem será escravo do passado e não poderá compreender o instante eterno da vida livre em seu movimento. Autoridade é exploração e se o cavalheiro defende alguma autoridade e a preconiza, nisso há exploração. Aquele que desenvolve a intuição, aquele que desperta as faculdades superiores da consciência, recebe o conhecimento divino, e não necessita, para isso, afiançar-se nos bancos antiquados de supostas autoridades. (..) Minha doutrina se baseia no conhecimento revelado, que todo mundo pode obter de seu Mestre Interior( o Íntimo). Este conhecimento divino chama-se Teosofia. Quer dizer, Sabedoria Divina. "TEOS" significa DEUS e "SOFIA" , Sabedoria. A meditação constitui nossa técnica, e quem se faz atleta em meditação, pode obter o conhecimento revelado ou "Teosofia". É nesta classe de conhecimento interior que eu baseio minha doutrina, a qual pode ser obtida diretamente por todo aquele que se dê ao trabalho de desenvolver as faculdades superiores do Ser, por meio da técnica científica da meditação. Não confunda a Teosofia, na qual eu fundamento minha doutrina, com o teosofismo institucional doentio. Esta Teosofia, ou Sabedoria Divina, não é de minha exclusiva propriedade e cada um pode adquirí-la por sua própria conta, sem a necessidade de minha intervenção pessoal, porque ela é cósmica e universal, e o Íntimo de cada pessoa, é o zeloso guardião dessa arcaica sabedoria. O importante é converter-se num atleta da meditação para receber esse conhecimento diretamente do próprio Mestre Interior de cada um, quer dizer, de seu Íntimo."

Samael Aun Weor - do livro: Revolução de Bel

"Parai por um momento e meditai. Não sejais fanáticos nem sectários! Sejais sinceros convosco mesmos. Praticai o que queiras; lede o que mais gostais: porem recordai que quando fordes edificar, o primeiro que necessitais é a Pedra para os alicerces..."

Samael Aun Weor - do livro: A Gnosis no Seculo XX

 

RETIRADO DE: http://ageacacportugal.blogspot.com.br/#!/2012/08/samael-fala-sobre-seu-ensinamento.html 

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