sábado, 30 de agosto de 2014

Os Quatro Maras

four guardian kings

Os 4 maras são forças obstrutoras e criadoras de obstáculos no caminho espiritual. São condicionamentos da mente destituídos de qualquer existência intrínseca e surgidos a partir da ignorância básica e auto-centramento. Há duas classificações dos 4 maras: uma de acordo com o sutrayana e uma de acordo com o tantrayana.

De acordo com o sutrayana:

1. O mara dos agregados (skhandamāra em sânscrito, tib. phung po’i bdud).
Representa nossa fixação a forma, sensações, cognições, marcas de hábito e estados mentais como reais, permanentes e existentes de forma independente.

2. O mara das emoções aflitivas (kleśamāra em sânscrito, tib. nyon mongs kyi bdud).
Representa o padrão habitual de nos relacionarmos com o mundo e com nós mesmos através das emoções aflitivas tais como o orgulho, inveja, aversão e raiva, desejo e apego, ignorância, aquisitividade e assim por diante.

3. O mara senhor da morte (mṛtyumāra em sânscrito, tib. ‘chi bdag gi bdud).
Representa a morte em si como também nosso medo da mudança, impermanência e da própria morte.

4. O mara dos filhos dos deuses (devaputramāra em sânscrito, tib. lha’i bu’i bdud).
Representa a avidez pelo prazer, conforto, paz e bem estar.

De acordo com o tantrayana:

1. O mara tangível (tib. thogs bcas kyi bdud).
Representa a atração ou aversão para com fenômenos físicos, objetos tangíveis, fundada na apreensão mental errônea das coisas como sendo reais per se.

2. O mara intangível (tib. thogs med kyi bdud).
Representa a atração e aversão para com fenômenos mentais, objetos intangíveis, fundada também na ignorância da dualidade que apreende e se fixa a separatividade entre sujeito e objeto.

3. O mara da exultação (tib. dga’ brod kyi bdud).
Representa a expressão externa de prazer baseada em um auto-centramento orgulhoso e fundado em um apego a reputação e a fama ordinárias que, por sua vez, distrai a mente de sua verdadeira natureza.

4. O mara da arrogância (tib. snyems byed kyi bdud).
Representa um tipo específico de orgulho, um considerar-se especial em relação aos demais, melhor que os outros, baseado no auto-centramento e no egoísmo ilusório. Esta apreensão a um ego é a fonte de todos os outros três maras como também de todas as confusões da existência cíclica. Quando não houver mais este ego auto-centrado baseado na ignorância com respeito a verdadeira natureza de si e das coisas, não haaverão mais maras, demônios obstaculazadores ou forças obstruturas.

Lama Jigme Lhawang
Porto Alegre, 7 de janeiro de 2014.

Retirado de: http://www.drukpabrasil.org/os-quatro-maras/

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