Uma antiga lenda tibetana conta que o povo daquele país descende dos macacos. O deus Deres, que tinha a habilidade de assumir diferentes aparências, estando uma vez em sua caverna, manifestado em forma de macaco, deu de pensar sobre o que lhe faltava na vida. Concluiu que sentia falta de uma fêmea, uma mulher, de preferência; porém, não havia mulheres em sua época. Mas existia uma montanha cujo o espírito era feminino.
Deres uniu-se à montanha e como resultado nasceram os primeiros macacos do mundo. Estes primeiros, reproduziram-se. entre os descendentes, naqueles em que prevalecia a natureza divina, tinham caudas curtas e, nestes, com o tempo, as caudas desapareceram completamente. Tinham se tornado humanos; e estes foram os homens da primeira Humanidade.
Essa tradição está registrada em pinturas e entalhes nas paredes de muitos templos e Lamaserias [monastério de lamas]. Os tibetanos acreditam que Darwin e sua teoria apenas reforçam que a evolução do homem aconteceu conforme é pregada pela religião do país.
A cultura tibetana abriga espantosos mistérios e fenômenos inexplicáveis. Suas montanhas estão, constantemente, se movendo e, em apenas alguns anos, sua paisagem pode mudar drasticamente. O antigo continente de Mu [ou Lemúria] era banhado por um oceano que, hoje, é o território tibetano [enquanto a Lemúria foi engolida pelas águas]. Eis porque as montanhas, ali, são cobertas de areia. Esta areia, transportada pelas chuvas, vai formar novas montanhas, em outros lugares. deslizamento de terras e avalanche de rochas acontecem todos os dias no Tibete. Equipes de reparos estão sempre trabalhando nas estradas. Em compensação, terremotos são muito raros.
Longe dos olhos estrangeiros e da lamentável política chinesa, na capital Lassa, sobrevivem tribos que conservam as práticas da magia Bon-Po, uma tradição antiqüíssima. Hoje, existem poucos seguidores no Tibete. Os mestres mais competentes foram levados para a Alemanha entre os anos de 1920 e 1944, no contexto místico do nacional-socialismo que acabou resultando na alucinação mística da cúpula nazista que deflagrou a Segunda Guerra Mundial.
O Dzi [pronunciado gZi - ghzi - zi - ou tzi] é um amuleto tibetano. São pedras, contas, de diferentes formatos e tamanhos. São as gemas vivas. Dzi, em tibetano significa algo como luminoso, esplendoroso. Essas pedras, arranjadas ou não em pulseiras e colares, passam de geração em geração dentro de uma família. Os antigos acreditavam que as pedras Dzi absorviam a energia cósmica do Universo protegendo o portador contra todo tipo de infortúnio. Entre numerosas virtudes, as Dzis estabilizam a pressão sanguínea e fortalecem a energia vital [ki ou Chi].
Defesa Astral: Janelas e portas das casas tibetanas são marcadas com um largo círculo negro: é uma defesa contra espíritos malignos. Outra providência mágica de proteção doméstica é manter próxima uma haste fixada ao solo tendo fixado, na extremidade, um crânio de bode ou de iaque. O signo, totêmico, representa o guardião do lar e da terra. Dentro das casas, figuras de demônios guardiões são feitas nas paredes, cenário que aos olhos ocidentais pode até parecer macabro mas que, para os tibetanos, é mais uma garantia de boa sorte [porque os guardiões não precisam ser bonitos, ao contrário, seu aspecto feroz serve, exatamente, para atemorizar os inimigos].
O Moinho: os tibetanos entendem que o bem, o mal, a felicidade na vida de uma pessoa, dependem dos movimentos do Moinho; o moinho de vento, a roda dos ventos. Cada um está girando sua roda, a cada momento, onde quer que esteja. O giro regular do moinho proporciona alegria na vida; ao contrário, se a roda deixar de girar harmoniosamente, isto é mau sinal. Filósofos, para os tibetanos o necessário para estar bem é "um par de sapatos e um pedaço de pão para o jantar".
A Morte: O cuidado com os mortos também tem suas peculiaridades. No Tibete existem cinco tipos de funerais. Somente os marginais e criminosos são sepultados da maneira que é usual no Ocidente. Acredita-se que a terra sobre o corpo impede o desenvolvimento da alma e a reencarnação torna-se impossível. A cremação é o método mais usado. Mas é um ritual caro; não existe muita matéria-prima combustível apropriada [para cremações] no Tibete. Deste modo, sem opção, os mortos dos pobres são atirados ao rio. Curiosamente, os santos mais venerados do Tibete não foram cremados nem jogados na correnteza; foram emparedados no interior dos templos e tumbas especiais são [verticais, supomos] elaboradas em sua honra.
Uma das expressões mais desconcertantes da tradição Bon-Po é sua legião de Divindades Irritadas relacionadas à morte e ao post mortem. Os rituais e as representações dessas entidades são aterrorizantes e incluem crânios, ossos e pele humanos. ESQ.: Crânio trabalhado utilizado em ritual funerário. DIR.: Os Citipati, guardiões dos cemitérios, um dos 75 aspectos de Mahkala [Maha=grande Kala=negror, Escuridão]. É o Nagpo Chenpo, o Dharmapala Protetor do Dharma, o protetor da Lei.
O funeral mais comum é o Funeral Celestial. O corpo é levado ao topo de uma montanha onde seus músculos e ossos são estraçalhados a golpes de pedra. Depois de completamente mutilado, esmigalhado, esquartejado, o defunto é deixado à mercê das águias e outros rapinantes. As autoridades já tentaram proibir este tipo de funeral mas a população insiste e o rito brutal continua sendo o mais praticado.
Ossos Coloridos: Um mistério tibetano que vai além da crença é o fato de que os ossos dos santos são coloridos enquanto os ossos das pessoas comuns são brancos ou amarelados. Cientistas japoneses, comprovando o fenômeno, vêem tentando explicar suas causas há vários anos sem sucesso.
Fonte: REMPEL, Alexander. Magic mysteries of Tibet never to be unveiled
IN Pravda english ─ publicado em 02/06/2006
Les Objets rituels Tantriques. IN La magie du Bouddha.
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