sábado, 1 de fevereiro de 2014

Absorção ou Involução–Shiva Samhita


78. A terra se torna sutil e é dissolvida na água; a água é dissolvida no fogo; o fogo, igualmente, imerge no ar; o ar é absorvido no éter, e o éter é absorvido em avidya (ignorância), o qual imerge no Grande Brahma. (a prática desta visualização está descrita num tratado de tantra yoga, onde o objetivo é visualizar os bhuttas, ou elementos, sendo dissolvidos no sentido inverso ao de sua emanação. Há também um exercício de bhutta shuddhi, cujo objetivo é a preparação do yogue para o despertar de Kundalini).


79. Há duas forças – viksepa (a energia da expansão) e avarana (a energia transformadora) os quais são de grande potencialidade e poder, e cuja forma é a felicidade. A grande maya, quando não-inteligência e nem matéria, tem três atributos: sattva (ritmo), rajas (energia) e tamas (inércia).


80. A forma não-inteligente de maya, revestida pela energia de avarana (transformação), manifesta-se como o universo, devido à natureza da força de viksepa.


81. Quando, em avidya, tem um excesso de tamas (inércia), então ela manifesta-se como Durga: a Inteligência que preside sobre Ela é chamada Ishvara. Quando, em avidya, manifesta-se um excesso de sattwa (equilíbrio), ela se manifesta como a doce Lakshmi; a Inteligência que preside sobre Ela é chamada Vishnu.


82. Quando, em avidya, tem um excesso de rajas (movimento) , manifesta-se como a sábia Saraswati; a Inteligência que preside sobre ela é conhecida como Brahma.


83. Deuses como Siva, Brahma, Vishnu e os demais, são todos percebidos no grande Espírito (Paramatma); os corpos e todos os objetos materiais são os diversos produtos de avidya.


84. O sábio assim explicou a criação do mundo – tattwas (elementos) e não-tattwas (não-elementos) são assim produzidos – e não o contrário.


85. Todas as coisas são percebidas como finitas (dotadas de qualidades e outras características) , e surgem várias distinções somente através das palavras e dos nomes; mas não há nenhuma diferença real.


86. Por conseqüência, as coisas não existem; o Grande e Glorioso Um, que se manifesta através delas, unicamente existe; conquanto as coisas sejam falsas e irreais, contudo, como o reflexo do real, elas, por enquanto, parecem reais.


87. A Entidade Única, beatífica, completa e todo penetrante, existe sem outro igual, e nada mais; quem constantemente compreende este conhecimento, liberta -se da morte e do sofrimento da roda do mundo (samsara, o ciclo de nascimentos e mortes).


88. Quando, através do conhecimento de que tudo é uma percepção ilusória (aropa) e refutação inteligente (apavada) das outras doutrinas, este universo é determinado em um; então, além daquele Um nada mais existe.

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