Festival de Samhain
Festival celebrado no dia 30 de abril / 1° de maio, no Hemisfério Sul, representa o anoitecer da Roda do Ano Celta. Samhain ("Sou-ein") é conhecido como a Noite Sagrada que marca o início da parte escura do ano. Oíche Shamhna, na língua gaélica, representa o fim da colheita e o último Festival Agrícola. Ritual dedicado à Morrighan, Dagda e Manannán Mac Lir. No Hemisfério Norte celebra-se no dia 31 de outubro.
É a comemoração do Ano Novo Celta, momento misterioso que não
pertence nem ao passado, nem ao presente, nem a este mundo e nem
ao outro. É o momento onde os portões dos mundos se abrem e o
véu que os separa, se torna mais tênue. Época ideal para honrarmos
nossos antepassados.
Samhain significa "sem luz" ou "fim do verão", à noite onde o
mundo mergulha na total escuridão da alma, preparando-nos para a
chegada do inverno. Na Irlanda antiga, todos os anos um novo fogo
sagrado era aceso, com o qual se acendiam todos os demais fogos do
vilarejo para queimar durante todo o inverno, com o objetivo de
levar luz através do tempo escuro do ano.
Samhain marca o início de um novo período e um novo recomeço em nossas vidas.
Homenageie a memória dos antigos preparando alimentos de sua preferência e contando suas histórias aos seus descendentes. Ao anoitecer, acenda velas nas janelas da frente de sua casa, em sinal de respeito aos seus ancestrais.
Os celtas praticavam rituais de purificação, queimando simbolicamente, nas fogueiras ou no caldeirão, todas as suas frustrações e as ansiedades do ano anterior. Este festival é sinônimo de quietude e introspecção.
Solstício de Inverno
Festival comemorado no dia 21 de junho e que em gaélico significa
Mean Geimreadh, marcando o início das noites frias. Em galês é
conhecido como Alban Arthan, a Luz de Arthur ou a Luz do Urso,
uma versão poética, que relaciona o Solstício de Inverno às lendas
do rei Arthur, como Arcturus, o guardião do urso, à estrela mais
brilhante do Hemisfério Norte, que celebra este festival no dia 21 de
dezembro. No Calendário Coligny este dia foi marcado como
"Deuorius Riuri".
Este é um período de fortalecimento interior e de total movimento
descendente. No Solstício de Inverno os poderes da noite e as
energias da terra atingem seu ápice.
O Solstício de Inverno é tempo de regeneração e de mudanças, o recolhimento na total escuridão da alma, ou seja, o hibernar para renovar-se. Ideal, para despertarmos nossa criança interior, renovando as esperanças.
As noites se tornam mais longas que o dia e o inverno, por fim, se estabelece. A partir desta data, a luz solar começa aumentar gradativamente, apesar do tempo frio.
O festival do Solstício de Inverno representa, basicamente, o ciclo de morte e renascimento.
Momento propício à meditação, a introspecção, ao desapego e à realização de amuletos voltados para a proteção.
Festival de Imbolc
Festival comemorado no dia 1° de agosto, conhecido como Oímealg, nome gaélico, que significa a lactação das ovelhas, onde celebramos a Noite de Brighid, a Deusa tríplice do
fogo, da cura, da poesia, da fertilidade, das artes e dos artesãos. No Hemisfério Norte celebra-se no dia 1° de fevereiro.
Festival Agrícola, dedicado ao aumento da luz, com o final do
inverno e o despertar das sementes enterradas no solo, simbolizando
os primeiros sinais de vida, garatindo à fertilidade dos campos e a
renovação das esperanças. É a promessa do Awen, a inspiração
sagrada!
Imbolc é a época onde celebramos o retorno do Sol, que cresce diaa-
dia, mas que ainda não ganhou força suficiente para banir de vez o
frio do inverno. Um costume típico de "Lá Fhéile Bríde" é plantar
uma árvore frutífera, além da confecção da Cruz Solar de Brighid,
com palha de trigo, junco ou qualquer outro material natural e
flexível.
Ritual que, simbolicamente dá boas-vindas à esperança do amanhecer primaveril, que para os celtas era representado pelo nascimento das primeiras ovelhas, assim como, a celebração da Grande Mãe que dá à luz e com seu leite sagrado, alimenta a nova vida.
Este festival é marcado pela transformação das energias, ideal para se fazer planos, projetos, iniciações e abertura de novos caminhos, além de purificar sua casa, promovendo a cura e a renovação, tanto material como espiritual. Este é um festival alegre e muito iluminado!
Equinócio de Primavera
Festival celebrado no dia 21 de setembro marca o Equinócio da Primavera e que em
gaélico se diz Mean Earrach. Em galês é conhecido como Alban Eilir ou a Luz da Terra, que representa um momento de regeneração, onde o dia e a noite se tornam iguais, portanto, uma data de maior equilíbrio e reflexão interior. No Hemisfério Norte celebra-se no dia 21 de março.
Os dias escuros agora se vão e a Terra está pronta para ser adubada,
dando início ao plantio, tanto físico como espiritual. Portanto, é um
período de grande atividade e concentração de energia, a fim de
assegurar um bom amadurecimento dos frutos recém plantados.
Época de transição e de transformações.
No Equinócio da Primavera homenageamos a Deusa lusitana
Ataegina, cujo nome significa renascimento e Cernunnos, o Deus da
fertilidade e da abundância. A Páscoa surgiu através de um antigo
festival dedicado à Deusa germânica Eostre, a Senhora da
fertilidade, cujo símbolo era o coelho.
Lembrando que não se trata de um sincretismo entre mitologias, nem
um incentivo à mistura de panteões, mas um esclarecimento sobre o festival e suas
semelhanças.
Nessa época costuma-se abençoar a terra, colocando-se ovos pintados no altar, simbolizando a fecundidade dos sonhos e o renascer das esperanças. Os ovos podem ser pintados crus ou cozidos, com símbolos celtas e depois enterrados ou comidos, enquanto mentalizamos nossos
pedidos e desejos.
Festival de Beltane
Festival celebrado no dia 31 de outubro marca o inicio da parte clara do ano. Beltane ou Bealtaine significa literalmente "fogo brilhante" ou "fogos de Bel", em homenagem aos Deuses Belenus e Bilé, considerado o pai dos Deuses e dos homens. Este festival celebra a união dos amantes, a fertilidade a cura e a criatividade. No Hemisfério Norte celebra-se no dia 1° de maio.
Beltane é o oposto de Samhain, os dois maiores Festivais Agrícolas da tradição celta, representando o início do verão e o final do inverno. As tradicionais
Fogueiras de Beltane e as oferendas nos Poços Sagrados, são
atividades típicas dessa época, simbolizando a proteção, boa sorte
e a fertilidade. É o casamento sagrado, a união entre o Céu e a Terra,
onde dois mundos se encontram.
O calor do Sol e a exuberância da natureza representam à paixão e o
amor, marcando a época do amanhecer do ano. A luz das fogueiras
no topo dos montes e em lugares sagrados, era um ritual muito
importante em todas as terras célticas, principalmente para a
purificação do gado.
Os casais costumam pular uma fogueira para atrair as poderosas
energias de Beltane. Época excelente para se fazer encantamentos de cura, amor e
prosperidade, além de celebrar as novas uniões.
Esté é um ritual muito alegre, comemorado com danças e músicas!
Lá Bealtaine, em gaélico, é um termo conhecido na mitologia irlandesa como: "Entre os dois Fogos de Beltane", as grandes fogueiras marcam também um tempo de purificação e de transição, anunciando a esperança de uma boa colheita e as bênçãos da criação em nossas vidas.
Solstício de Verão
Festival celebrado no dia 21 de dezembro marca o Solstício de Verão e em gaélico se chama Mean Samraidh. Em galês é conhecido como Alban Hefin ou a Luz do Verão, é o êxtase máximo da união sagrada, onde o poder da criação está mais ativo e o Sol finalmente atingiu o seu apogeu. A natureza encontra-se plena de luz, poder e magia. No Hemisfério Norte celebra-se no dia 21 de junho.
Este é o dia mais longo do ano, então, aproveite para meditar sob o sol da manhã, celebrando durante todo o dia até o anoitecer, trazendo assim, toda magia solar para o seu interior. Esta é a época para se homenagear o Sol e nas tradições pagãs costuma-se pular fogueiras para a purificação, a fertilidade, a saúde e o amor.
No Solstício de Verão, também é o tempo em que o carvalho
floresce e sua energia é especialmente honrada, onde o visco sagrado era colhido pelos antigos druidas, numa cerimônia tradional. Muitos círculos de pedras e monumentos pré-célticos estão alinhados com o nascer do sol nesse dia, incluindo Stonehenge.
Festival de Lughnasadh
Lughnasadh é celebrado no dia 1° de fevereiro. "Lá Lúnasa" é um dos quatro Festivais Celtas do Fogo e, basicamente, um ritual agrícola de agradecimento, onde se comemora o primeiro dos três festivais da colheita, dedicado ao Deus Lugh. No
Hemisfério Norte celebra-se no dia 1° de agosto.
Época ideal para agradecermos todas as nossas colheitas, sejam elas
boas ou não, pois sabemos que tudo é necessário para o nosso
crescimento espiritual. A festa de Lugh marca o tempo da colheita e
dos casamentos cujo acordo durava um ano e um dia, podendo
renovar-se todos os anos nessa mesma época.
Lughnasadh significa "A massa de Lugh". Isso se deve ao antigo
costume celta de colher os primeiros grãos para se fazer um grande
pão, que depois seria dividido entre as pessoas do povoado. Outra
parte da colheita seria guardada e usada como sementes na próxima
primavera, garantindo assim, a renovação da vida. O primeiro gole de vinho e o primeiro pedaço de pão devem ser jogados dentro do caldeirão juntamente com papéis, onde serão escritos seus agradecimentos.
Durante este festival honramos, também, a mãe adotiva de Lugh, Taltiu, que morreu depois do grande esforço que fez para limpar a planície central da Irlanda, preparando a terra para o cultivo, metáfora ao sacrifício que a Grande Mãe faz todos os anos, para que o ciclo da colheita se perpetue.
Equinócio de Outono
Festival celebrado no dia 21 de março, marca a entrada do Equinócio de Outono que em gaélico se chama Mean Foghmar. Em galês é conhecido como Alban Elfed ou a Luz de Outono, período onde se comemora a segunda colheita, iniciada em Lughnasadh. A vegetação e a luz solar diminuem e o mistério da vida e da morte se fazem presentes. Mais uma vez os dias e as noites são iguais. No Hemisfério Norte celebra-se no dia 21 de setembro.
Época do equilíbrio, da paz e do tempo de se fazer uma avaliação de tudo aquilo que foi plantado e colhido. As folhas começam a cair e o Sol a minguar rapidamente. A natureza declina e se prepara para a chegada do inverno.
Este festival homenageia o Deus galês Mabon, representando a colheita dos frutos, a despedida do verão e a preparação para o inverno, que se aproxima. Mabon é filho de Madron ou Modron, a mãe divina dos gauleses, associada à fertilidade e as colheitas dos campos. Segundo as Tríades, ela também foi à mãe de Owain e
Urien, contribuindo para as lendas da távola redonda de Arthur e aos
personagens de Morgana Le Fay e Morgawse.
Referências bibliográficas:
CARR-GOMM, Philip - Elementos da Tradição Druida - Ed. Ediouro, 1994.
MACCULLOCH, J.A. - A Religião dos Antigos Celtas - Edinburgh: T. & T. CLARK, 1911.
MARKALE, Jean - A Grande Epopéia dos Celtas - Ed. Ésquilo, 1994.
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