sábado, 1 de fevereiro de 2014

Jñanakanda – Shiva Samhita

 

32. O Yogue sábio, tendo realizado a verdade de karmakanda (trabalhos ritualísticos), deve renunciar a eles; e tendo deixado ambos, virtude e vício, ele deve se engajar em jñanakanda (conhecimento).

33. Os textos Védicos, - “O espírito deve ser visto”, - “Sobre isso deve-se ouvir”, etc., são os reais salvadores e doadores do conhecimento verdadeiro. Eles devem ser estudados com muito cuidado.

34. Eu Sou a Inteligência, o qual estimula as funções para os caminhos da virtude (mérito) ou do vício (demérito). Todo este universo, móvel e imóvel, provém de Mim; todas as coisas são preservadas por Mim; tudo é absorvido em Mim (no tempo de pralaya, dissolução final ); porque nada existe a não ser o espírito, e Eu Sou esse espírito – não existe nada além disto.

35. Assim como em muitas vasilhas cheias de água, muitos reflexos do sol são vistos, mas a substância é a mesma; semelhantemente as pessoas, assim como as vasilhas, são inumeráveis, mas o espírito vivificante (paramatma), como o sol, é um.

36. Assim como em um sonho, a alma cria muitos objetos por mera vontade, mas ao despertar todas as coisas desaparecem, muito embora a alma seja única, assim é este universo.

37. Assim como através da ilusão, uma corda se parece com uma serpente, ou uma concha de madrepérola se assemelha com a prata, semelhantemente todo este universo está sobreposto no Paramatma (o Espírito Universal).

38. Assim como, quando o entendimento da corda é obtido, a noção equivocada de que seja uma cobra não permanece, assim também pelo despertar do entendimento de mim, desaparece este universo baseado na ilusão.

39. Assim como, quando o entendimento da madrepérola é obtido, a noção equivocada de que seja prata não permanece, assim também, através do entendimento do espírito, o mundo sempre parece uma ilusão.

40. Assim como, quando um homem besunta suas pálpebras com o colírio preparado da gordura da rã, um bambu se parece com uma serpente, assim o mundo aparece no Paramatma, devido ao pigmento ilusório do hábito e da imaginação.

41. Assim como através do entendimento da corda a serpente parece uma ilusão; semelhantemente, através do entendimento espiritual, o mundo parece uma ilusão. Assim como através dos olhos icterícios, o branco parece amarelo; semelhantemente, através da doença da ignorância, este mundo aparece no espírito – um erro muito difícil de ser removido.

42. Assim como quando a icterícia é removida, o paciente vê a cor como ela é, assim também quando a ilusão da ignorância é destruída, a natureza verdadeira do espírito se manifesta.

43. Assim como uma corda não pode se tornar uma cobra, no passado, no presente ou no futuro, assim também o espírito, o qual está além de todos os gunas, e o qual é puro, jamais se torna o universo.

44. Alguns homens sábios, muito bem versados nas Escrituras, recebendo o conhecimento do espírito, têm declarado que mesmo os Devas como Indra etc., são não-eternos, sujeitos ao nascimento e à morte, e passíveis de destruição.

45. Como uma bolha no mar se eleva por meio da agitação do vento, este mundo transitório surge do Espírito.

46. A Unidade existe sempre. A diversidade não existe sempre; chega um momento em que ela cessa: duas vezes, três vezes, e a multiplicidade se nota somente através da ilusão.

47. O que quer que foi, é ou será, seja forme ou informe, em suma, todos es se universo está sobreposto no Espírito Supremo.

48. Sugerido pelos Senhores da idéia a partir de avidya. Isto é nascido da mentira, e sua verdadeira essência é irreal. Como pode este mundo com semelhantes princípios (fundamentos) ser verdade?

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