quinta-feira, 3 de junho de 2010

OS MISTÉRIOS DA PEDRA DA GÁVEA




As 13 caravelas com mais de mil homens comandados pelo fidalgo Pedro Álvares Cabral estavam bem próximas da costa brasileira. Depois de mais de 40 dias navegando pelo Atlântico, os lusitanos avistaram o Monte Pascoal, próximo a Porto Seguro, na Bahia, em 22 de abril de 1500.




Os portugueses então seguiram para o norte e atracaram na baía Cabrália, dois dias depois, em 24 de abril. A primeira missa em território brasileiro foi rezada na manhã do dia 26 de abril, um domingo, pelo frei Henrique de Coimbra. Depois da missa, os portugueses seguiram viagem para as índias.

O início da História do Brasil começa oficialmente no breve relato acima. Pouco é sabido sobre o Brasil antes da chegada de Cabral, mas é certo que a seqüência histórica a partir do Descobrimento revelou alguns enigmas, ainda não muito bem esclarecidos, sobre a suposta estada de povos navegadores da antigüidade na costa Brasileira, muito antes dos portugueses.

Os lusitanos retornaram ao Brasil em 1501, para um reconhecimento mais detalhado da costa das terras recém-descobertas. Navegaram em três grandes caravelas pelo litoral brasileiro entre 10 de maio de 1501 e 7 de setembro de 1502, dando nome aos acidentes geográficos que mais se destacavam na vista que tinham da costa.

Em 1 de janeiro de 1502, os portugueses chegaram ao local que achavam ser a foz de um grande rio, e deram-no o nome de Rio de Janeiro. Porém, na vista do relevo daquele lugar, uma elevação se erguia a partir da beira do mar e se destacava com seu topo de granito, a 842 metros de altitude, ao lembrar o formato das gáveas das caravelas, que eram plataformas nos topos dos mastros, de onde os navegadores buscavam avistar ilhas ou continentes no horizonte. A curiosa formação rochosa acabou batizada com o nome de Pedra da Gávea pelos portugueses.


A singular forma da Pedra da Gávea lembra, mesmo que desgastada pela ação erosiva do tempo, um rosto enrugado, com longas barbas, e que pertence ao corpo de um leão montado no topo do morro. Essa suposta forma de uma antiga esfinge deixou o rei português Dom João 6º ainda mais curioso, quando um grupo de investigadores relatou a existência de estranhos sinais medindo 15 metros de altura por 4 metros de largura, entalhados na rocha do lado direito da 'têmpora' da imensa figura 'humana'.




Em 1839, uma expedição liderada pelo historiador Manoel Araújo Porto Alegre confirmou a localização dos estranhos sinais. A surpresa geral veio a público quase um século depois, em 1928, quando o arqueólogo amazonense Bernardo da Silva Ramos (1858–1931) publicou o livro 'Inscrições e Tradições da América Pré-Histórica, Especialmente do Brasil', onde afirma que os sinais são inscrições fenícias, cuja tradução para o português revela: "Tyro, Fenícia, Badezir, primogênito de Jethbaal". Em 856 Antes de Cristo, Badezir sucedeu o pai no trono da cidade de Tiro, capital da Fenícia, e reinou até 850 AC, quando desapareceu misteriosamente.




Inscrições existentes na "têmpora" direita da suposta "esfinge", e a tradução para o hebraico e o português

Bernardo Ramos revela ainda no livro, que várias palavras indígenas brasileiras possuem origem no antigo idioma fenício. Em vários lugares do Brasil, além da Pedra da Gávea, foram encontradas supostas inscrições fenícias gravadas em rochas.
Em Pouso Alto, na Paraíba, um conjunto dessas misteriosas inscrições teve a curiosa tradução:

'Somos filhos de Caná, de saída, a cidade do rei. O comércio nos trouxe a esta distante praia, uma terra de montanhas. Sacrificamos um jovem aos deuses e deusas exaltados no ano de 19 de Hiram, nosso poderoso rei. Embarcamos em Ezion Geber, no mar Vermelho, e viajamos com 10 navios. Permanecemos no mar juntos por 2 anos, em volta da terra pertencente a Ham (África), mas fomos separados por uma tempestade, nos afastamos de nossos companheiros e, assim, aportamos aqui: 12 homens e 3 mulheres. Numa nova praia que eu, o almirante, controlo. Mas auspiciosamente passam os exaltados deuses e deusas intercederem em nosso favor'.

Outro achado curioso aconteceu nas margens do lago Pensiva, no Maranhão, onde foram encontrados estaleiros de madeira petrificada, com espessos pregos de bronze. O pesquisador maranhense Raimundo Lopes encontrou utensílios tipicamente fenícios no lugar, na década de 1920. Na ilha de Marajó, foram encontrados tipos de portos tipicamente fenícios, parecidos com muralhas de pedras, iguais aos encontrados na costa do território da antiga Fenícia.

Os fenícios formavam um povo da antigüidade que não possuía exército poderoso e nem se dedicava à literatura, porém, ficaram famosos por serem os melhores navegadores de sua época. Viviam em uma faixa de terra de 200 quilômetros, entre o mar Mediterrâneo e as montanhas do oeste do Líbano, onde havia fartura de madeira de cedro própria para a construção de embarcações.



Os fenícios foram influenciados pelas bases da cultura egípcia. No início, os fenícios adoravam rochedos, árvores e pedras negras ovais; depois, passaram a adorar os astros e as forças da natureza, chamados de baals; o Sol era o grande baal. O culto a esses deuses era realizado em templos erguidos em lugares elevados ou perto de nascentes de rios. Na iminência de um grande perigo, ou quando se construía uma cidade ou um templo fenício novo, os fenícios sacrificavam crianças, que eram lançadas vivas aos braços incandescentes da estátua de bronze do Baal, aquecida por uma fornalha.



Navio fenício

Tiro foi a cidade mais importante do império comercial fenício e era chamada de 'A Rainha dos Mares'. Com o propósito de enriquecer sem limites, os fenícios foram grandes negociantes marítimos e piratas ao mesmo tempo. Quando estavam em menor número ao desembarcarem em um lugar, apresentavam suas mercadorias e ficavam satisfeitos com o lucro de suas vendas; mas, se eram numerosos e mais fortes que os habitantes da região onde chegavam, incendiavam e saqueavam os povoados, além de raptarem mulheres e crianças que eram vendidas posteriormente em Tiro, Mênfis e Babilônia.

Como exímios navegadores de seu tempo, os fenícios fundaram importantes cidades como Lisboa, atual capital de Portugal, que era uma colônia fenícia e foi fundada há mais de 3 mil anos, sendo a 2ª cidade mais antiga da Europa, mais antiga do que Roma inclusive, só perdendo para Atenas. A palavra Lisboa é de origem fenícia e queria dizer "bom porto"
Os fenícios também defendiam seu controle absoluto sobre os mares que exploravam, exterminando, sem piedade, seus concorrentes. O apego dos fenícios pelo monopólio do lucro de seu comércio chegava a níveis inimagináveis. Conta-se a história de um navio fenício que ia buscar estanho na Sicília e, ao perceberem que eram seguidos por uma embarcação estrangeira, os fenícios preferiram afundar seu navio a mostrarem o caminho do estanho aos inimigos.




Moeda fenícia

Para afastarem os possíveis concorrentes de seus territórios, os fenícios contavam lendas fantásticas sobre as terras que exploravam; diziam que a Sicília era habitada por gigantes que se alimentavam de carne humana; e que a África era cheia de monstros horrendos.
Utensílios fenícios

Teria esse curioso povo da antigüidade estado no Rio de Janeiro e esculpido uma esfinge na Pedra da Gávea para realizar ali sacrifícios religiosos e sepultar seu rei Badezir muito antes do século 1 da era cristã? Para muitos pesquisadores modernos, a resposta é não.


O geólogo Marco André Malmann Medeiros, da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) afirma que as supostas inscrições são falhas geológicas na pedra, resultantes do desgaste dos minérios mais sensíveis ao longo do tempo. Já o antropólogo cultural e professor Francisco Otávio da Silva Bezerra, um dos fundadores do Centro Brasileiro de Arqueologia, afirmou que não há prova científica da vinda dos fenícios ao Brasil.



No outro extremo das explicações relativas aos mistérios sobre a Pedra da Gávea, os membros da Sociedade Brasileira de Eubiose definem o local como um ícone da presença fenícia no Brasil. Outra expressão dos mistérios da Pedra da Gávea é um suposto 'portal' de quinze metros de altura, marcado por uma reentrância próxima ao topo da Pedra, do lado voltado para a Barra da Tijuca. Para muitos místicos, trata-se de um portal que dá acesso à outra dimensão, ou à entrada para Agharta, que seria um império subterrâneo com milhares de habitantes. A revista 'O Cruzeiro', que marcou época na história do jornalismo brasileiro, publicou, em 1952, uma foto em que aparece um suposto disco voador ao lado da Pedra da Gávea.


cabeça fenicia

Entre o ceticismo e a crença de que os mistérios da Pedra da Gávea são marcos físicos e históricos que comprovam teorias sobre a presença fenícia nas américas, olhar para a forma tão particular da Pedra, a partir do oceano ou das areias da orla carioca, deixa a dúvida que, talvez, jamais seja esclarecida pelo simples fato de suas verdades plenas estarem perdidas em algum lugar muito além das primeiras páginas dos livros de História do Brasil, que definem o começo como sendo a chegada das 13 caravelas de Pedro Álvares Cabral a Porto Seguro, em 22 de abril de 1500.

Cássio Ribeiro

Você tambem pode gostar de: http://mundiphilosophorum.blogspot.com/2011/05/os-misterios-da-pedra-da-gavea-ii.html

6 comentários:

  1. Muitíssimo interessante, se há as inscrições na pedra da Gávea, acho difícil negarem que é possível os fenícios terem passado por aqui. Acho muito simplória essa forma de se negar uma possibilidade por explicações que também são possibilidade mas que não são fatos também. Se afirmam que a forma da pedra é formação geológica causada por algum motivo físico ou químico pode ser também possível, mas que isso tenha causado inscrições na linguagem dos fenícios, pareceria tolice no mínimo. Talvez Deus estivesse brincando de fazer inscrições fenícias na pedra da Gávea. Se não sabem explicar a coisa num todo seria melhor não darem essas opiniões que não têm nada de científico e são até muito ingênuas. Às vezes isso de negar ou afirmar pode ser uma grande bobagem, assim como pode ser uma grande bobagem minha opinião. Entretanto não importa, está dada a opinião minha,que vale uma opinião (quase nada). A matéria está excelente e muitíssimo interessante isso tudo, eu havia lido algo sobre isto mas continha poucas informações. Nesta matéria pude conhecer coisas muito interessantes (algumas informações completamente novas pra mim) e que foram apresentadas com o máximo de imparcialidade possível sobre este assunto histórico. Abraço aos manos construtores do blog.

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  2. Desculpa, mas quem postou essas informações está errado!
    Em 23 de março de 1839 o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro fez uma expedição à montanha e foi constatado que não eram escritas fenícias, mas sim resultado da ação da natureza.
    E em 1961 foi promovido outro trabalho arqueológico com 13 pesquisadores sob o
    Comando do Prof. Claro Calazans e foi descartada novamente a possibilidade da
    Presença de fenícios.
    Também cientista da UERJ e UFRJ fizeram uma expedição que inclusive foi acompanhada por repórteres do jornal O Globo e novamente a conclusão é de
    que as aparentes escritas são formações da ação da natureza.
    Eles usaram um aparelho chamado GPR (radar de penetração no solo) e não conseguiram nada além de ver uma rocha maciça apenas. Nada de tumba.
    Dúvidas, veja esse artigo: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/848406

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  3. meu avö me disse que sua familiA OUVIU;;;QUE NA PEDRA DO RIO DE JANEIRO ESTÁ ENTERRADO UM GRANDE LIDER,,,QUE TEVE A CORAGEM DE SE EMPREITAR AO MAR JUNTO COM SEUS AMIGOS E ESCRAVOS,,

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  4. Mas é muita cara de pau alguem vim dizer que aquelas inscrições são efeitos da natureza...
    O pior é que alguem pode dar ouvidos a essas criaturas que sabe-se lá quais intenções possuem...

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  5. O anônimo que disse que essas informações estão equivocadas discorre da seguinte forma a sua "lógica":
    1. Diz que em 1839 o Instituto Geográfico chegou à conclusão que era erosão.
    2. Diz que em 1961, ficou descartado ser uma escrita fenícia, mas obviamente ficou igualmente endossado que é uma escrita, seja lá de quem.
    3. E depois alega que cientistas de universidades, junto ao jornal O Globo, concluiram que tudo era ação da natureza em uma rocha maciça.
    Em primeiro lugar, o globo não tem credibilidade alguma, ademais, qual a lógica de uma equipe jornalística acompanhar trabalho científico se não existe um objetivo subjacente. A pedra da gávea é conhecidamente um ponto turístico e muito frequentado no que se entende escaladas. É evidente que com uma incidência grande de pessoas aventureiras a probabilidade de se achar algo é brutal, mas se minimizada a mítica, os olhos das pessoas procurarão menos e acharão menos.
    Concluindo, o trabalho feito pelo anônimo com seu comentário foi exatamente o mesmo desses estudiosos universitários e suas mídias espetacularizadoras, buscar ocultar verdades que seriam uma ameaça para o status quo.

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  6. Moro no Rio e já estive algumas vezes na Pedra da Gávea. Há ali indiscutíveis especulações que são indefensáveis, como o "portal" para outras dimensões. Mas há também fatos que são minimamente, coincidentes demais... por exemplo os olhos da "Face do Imperador" estarem voltados exatamente para o Norte Magnético da Terra... Além de outras "coincidências" nunca explicadas com veemência.

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